Penn Jillette é um mágico famoso internacionalmente. Ele também é um ateu militante. Em seu novo livro, God, no! [Deus, Não!] ele mostra como foi desafiado por um radialista conservador a escrever uma versão ateísta dos Dez Mandamentos
Esta é a lista que ele preparou:
1. Os ideais humanos mais altos são criatividade, inteligência e amor. Respeitar essas coisas acima de tudo.
2. Não coloque as coisas e nem mesmo ideias acima de outros seres humanos.
3. Diga o que você quiser dizer, mesmo quando falar sobre si mesmo.
4. Separe algum tempo para descansar e pensar. (Se você já se acostumou, pode ser o domingo).
5. Apoie sua família. Ame seus pais, o seu parceiro e os seus filhos. (O amor é mais profundo do que a honra).
6. Respeite e proteja toda forma de vida humana.
7. Cumpra suas promessas. (Se você não consegue ser sexualmente fiel ao seu cônjuge, não prometa que vai ser).
8. Não roube.
9. Não minta.
10. Não desperdice muito tempo desejando coisas, esperando por elas e tendo inveja, isso pode te deixar maluco.
Juntamente com seu parceiro de palco, ele atualmente apresenta uma série no canal Showtime, onde busca refutar crenças sobrenaturais, incluindo as religiosas.
Jillette afirma em seu livro que a magia não torna alguém um ateu, mas faz com que seja muito mais difícil essa pessoa ser crente. “Sempre me espantou como qualquer mágico pode parecer alguém espiritual”. Ele enfatiza que muitas crenças de alguns povos podem ser vistas como simples truques.
Ele não está sozinho em suas opiniões. Um grande número de mágicos famosos diz que há uma ligação do seu envolvimento com a magia à sua falta de crenças religiosas.
Joshua Jay, um mágico ateu de Nova York, autor de livros sobre truques e ilusionismo, afirma “O preço que pago como mágico é que eu mesmo nunca mais poderei experimentar a magia… Quanto mais você entende sobre mágica, mais difícil é dar um salto de fé, pois sabemos muito sobre o que as pessoas não conseguem explicar ou é desconhecido. Uns até julgam ser algo sobrenatural”.
DJ Grothe, membro da Fundação Educacional James Randi, que se dedica a desmascarar fenômenos considerados sobrenaturais, afirma: “Não é automático que alguém se torne um cético depois de aprender mais sobre a magia. Porém, entender como funcionam os truques de mágica lhe mostra como a mente humana funciona e como é fácil ser enganado. A partir daí, o ceticismo pode ser uma consequência natural”.
Mesmo que alguns grupos religiosos considerem magia algo vindo do diabo, não foi sempre assim. Existem civilizações que viam e veem seus rituais e relação com o mundo invisível como uma espécie de mágica. No século 17, o arcebispo inglês John Tillotson especulou que o termo “hocus-pocus” estava enraizada no latim “hoc est corpus” [este é o corpo] usado na missa católica, quando o pão e o vinho misticamente se transformam no corpo e no sangue de Jesus.
Nem todos os magos concordam que a magia e a espiritualidade não se misturam. Existe inclusive a Irmandade dos Mágicos Cristãos, que tem membros em todo o mundo.
“Acho que há uma ligação mais profunda e real entre a magia e a espiritualidade do que entre a magia e o ateísmo”, afirma Eugene Burger, um professor de magia que também é formado em teologia. “Acho que para a maioria das pessoas que falam da magia para explicar seu ateísmo fazem uma falsa generalização. Eles acham que, porque algumas coisas são um truque, então tudo é um truque. Isso não é verdade”
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