_Muitos deuses
A Bíblia refere muitos deuses (Ex 20:23; Dt 4:28, 28:36, Jz 16:23, I Rs 11:5, II Rs 1:12; Dn
11:37): deuses de prata, de bronze, imagens de escultura, de pau e pedra… Estes são deuses
feitos por mãos humanas (Dt 4:28), mas são ainda tidos como deuses: o sol, a lua e outros astros
(Dt 17:3). Existem seres celestiais e homens a quem a Palavra de Deus foi dirigida, que são assim
chamados, como está escrito: “Deus está na assembleia divina; julga no meio dos deuses.” (Sl
82:1) e “vós sois deuses…” (Sl 82:6; Jo 10:34,35; Ez: 28:2). Surgem ainda outras situações:
espíritos de mortos são chamados de deuses (I Sm 28:13) e Satanás é referido como “o deus
deste século” (II Co 4:4). Assim, o termo “deus” assume o sentido amplo de “ser espiritual”. O
Eterno Criador é um ser espiritual. Os anjos, os demónios, os homens são seres espirituais. O
termo hebraico é elohim e encontra-se no plural. “Elohim” é utilizado no Antigo Testamento nas
diversas situações que referimos acima e não apenas ligado ao Deus que é chamado de YHWH
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O profeta Jeremias questiona: “Pode um homem fazer para si deuses? Esses tais não são
deuses!” (Jr 16:20), ou, parafraseando, “o homem não pode criar através das suas mãos um
elohim, porque aquilo que ele cria com as suas mãos, não terá espírito, pois terá boca, mas não
falará,…”. Acerca destes deuses, o apóstolo Paulo afirma: “Outrora, quando não conhecíeis a
Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses.” (Gl 4:8), ou seja, só um ser espiritual é deus
por natureza. Na Nova Aliança deparamo-nos ainda com um conceito de deus mais abrangente:
tudo aquilo que ocupa o lugar do Deus Criador no coração do homem, torna-se um deus, e
idolatria. Por exemplo, Paulo fala daqueles “cujo deus é o ventre” (Fp 3:19).
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