“Não se trata de usar uma túnica roxa, mas de mudar a cultura da Igreja para que exista igualdade”, disse à rede britânica BBC Hilary Cotton, presidente do movimento Mulheres e Igreja (Watch). Em um ato histórico, os membros do sínodo votaram – na abadia de Westminster e por maioria – a favor de emendar a lei canônica para incluir a possibilidade de que as mulheres possam ser consagradas como bispas, algo que já é praticado na Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos, Irlanda e Canadá.
A votação, que durou alguns minutos, culminou com o processo iniciado em julho quando o sínodo, na época reunido em York (norte da Inglaterra), deu luz verde ao princípio da ordenação de mulheres ao bispado. Depois dessa aprovação, o Comitê eclesiástico do Parlamento e suas duas Câmaras – a dos Comuns e a dos Lordes – tramitaram a legislação correspondente, que nesta segunda-feira recebeu sua sanção final.
Vinte anos depois da ordenação das primeiras mulheres sacerdotes na Inglaterra, em 1994, a porta está agora aberta para que sejam consagradas bispas, algo que se espera que ocorra a partir de janeiro de 2015, quando surgirão vagas em algumas dioceses, como em Southwell, Nottingham, Gloucester, Oxford e Newcastle, segundo informa a BBC.
Uma tentativa anterior de lograr a consagração de bispas foi impedida em novembro de 2012, quando o sínodo geral rechaçou por seis votos aprovar a legislação correspondente depois de meses de discrepâncias entre o setor conservador e o reformista.
Embora finalmente tenha se chegado a um acordo, o assunto da ordenação de bispas ainda causa fricções com outros ramos da igreja anglicana em várias partes do mundo, e o arcebispo de Canterbury, Justin Selby, enfrenta o desafio de preservar a unidade.
Na Inglaterra – as outras regiões têm seus próprios ramos anglicanos – dos 7.798 sacerdotes em tempo integral, 1.781 são mulheres, e as mais veteranas poderiam cobrir vagas de bispo no próximo ano.
Com informações do El País
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