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SALMOS 37.5

domingo, 19 de julho de 2015

Cinco atentados coordenados atingem o Hamas e a Jihad Islâmica em Gaza

Ataques quase simultâneos destruíram neste domingo os carros de cinco membros dos braços armados da Jihad Islâmica e do Hamas, que enfrentam o crescente desafio dos salafistas radicais na Faixa de Gaza.

Estes ataques ainda não foram reivindicados. A polícia do Hamas, no poder no enclave palestino, não acusou ninguém, mas prometeu que os "sabotadores" não "escapariam às sanções".

Estes ataques são inéditos em diferentes níveis: é a primeira vez que a Jihad Islâmica, segunda força em Gaza e aliada do Hamas, é alvo de um ataque; é também a primeira vez que um atentado coordenado - cinco bombas explodiram no espaço de 15 minutos no mesmo bairro de Sheikh Radouane - visa tantos membros dos movimentos islâmicos em Gaza.

Segundo testemunhas, as bombas foram colocadas sob três carros pertencentes a membros das Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas, e duas outras sob dois veículos de membros das Brigadas Al-Quds, o braço armado da Jihad Islâmica.

Vários ataques já atingiram seus membros, bem como vários de seus edifícios. O mais espetacular foi realizado no início de maio, quando um grupo salafista chamado de "Partidários do Estado Islâmico em Jerusalém" reivindicou ataques com morteiros contra uma base da al-Qassam.

A cada vez, o modus operandi sugere ameaças e advertências, uma vez que as explosões ainda ocorrem à noite ou num momento em que não há transeuntes nas proximidades.

Neste domingo de manhã, as explosões destruíram completamente os veículos em frente às casas de seus proprietários, sem fazer vítimas. Apenas "danos materiais" foram reclamados, assegurou a polícia do Hamas, que anunciou a abertura de uma investigação.

Novas prisões?Em junho, depois de vários ataques contra as suas forças e interesses estrangeiros, o Hamas prendeu dezenas de pessoas nos círculos salafistas.

Uma salafista foi morto em um tiroteio com a polícia e as prisões provocaram uma saraivada de ameaças da parte do movimento extremista.

O Hamas já havia reprimido duramente em 2009 os movimentos salafistas radicais, chegando a destruir uma de suas mesquitas.

Após o ataque deste domingo, a polícia do Hamas, que assegura controlar os grupos salafistas na Faixa de Gaza, prometeu firmeza. Isso poderia levar a novas detenções.

Para especialistas, o Hamas, com cerca de 30.000 homens armados, controla a situação. Mas Gaza continua a ser um verdadeiro barril de pólvora prestes a explodir, com pobreza e desemprego galopante, uma reconstrução que ainda está pendente um ano após a terceira guerra em seis anos, os ataques do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no vizinho Sinai egípcio, as brigas internas palestinas e o confinamento devido ao bloqueio israelense e o fechamento da fronteira com o Egito.

Até agora, nenhum grupo em Gaza se aliou oficialmente ao EI. Mas a atração deste grupo extremista que multiplica os abusos na Síria e no Iraque, e que agora tem uma filial no Sinai, é cada vez mais sentida entre os jovens em um pequeno território abarrotado de 1,8 milhões de pessoas.

O Hamas e a Jihad Islâmica, principais forças na Faixa de Gaza, denunciam regularmente os movimentos jihadistas, incluindo o EI.

"O Hamas não quer que Gaza se torne a Síria ou o Iraque, porque isso seria um presente à ocupação israelense", afirmou recentemente um líder do movimento islâmico à AFP.

Para o Hamas e a Jihad Islâmica, as atrocidades do EI "mancham a imagem do Islã" e vão "contra os seus princípios".
AFP

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