“Deveria haver um equilíbrio entre avanços materiais e espirituais, um equilíbrio obtido por meio de princípios baseados no amor e compaixão.” Reflexão ou pregação, essas palavras, escritas pelo Dalai Lama na última sexta-feira, podem ter alcançado instantaneamente 200.000 pessoas – 209.356, na verdade, número de seguidores do perfil do líder espiritual do Tibete no Twitter àquela altura. A fé persiste apesar dos avanços tecnológicos e científico.
Budistas ou cristãos, judeus ou muçulmanos, praticantes de várias religiões abraçaram a rede. Eles tentam ampliar os caminhos da fé utilizando ferramentas como YouTube, Orkut e Facebook. E a pregação eletrônica suscita também discussões e dúvidas em relação ao credo.
Em 2009, o Vaticano lançou seu canal próprio no YouTube, que desde então divulga atividades da Igreja Católica. O conteúdo se concentra nos discursos do Papa Bento XVI, em vídeos produzidos pela TV oficial do Vaticano. Embora ainda não tenha lá arrebanhado muitos simpatizantes, são cerca de 22.000, suas pregações já foram assistidas mais de 2 milhões de vezes. O curioso: quem coordena o serviço não é um jovem aficionado em tecnologia, mas sim uma freira sexagenária, a americana Judith Zoebelein. Ela foi responsável também pelo site do Vaticano – considerado um sucesso para o gênero, somando mais de 1 milhão de pageviews ao mês.
Os religiosos querem, é claro, arrebanhar fiéis. Contudo, antes da evangelização, é preciso algumas vezes ensiná-los a ler – ou melhor, utilizar as ferramentas da rede. Pastores da igreja evangélica Westwinds Community Church, do estado americano de Michigan, investiram duas semanas ensinando integrantes de sua congregação a usar o Twitter. Todos levaram laptops, iPhones e BlackBerrys à igreja para aprender a criar perfis e a atualizá-los com suas próprias mensagens. Os fiéis, então, foram orientados e elaborar perguntas relativas aos sermões da igreja. Os pastores aceitaram até uma prática em tese temerária: a postagem durante o culto. Grandes telas foram instaladas nos locais de encontro, os tweets (textos publicados via Twitter) podem, inclusive, ser lidos por todos ali reunidos em tempo real.
Em outros locais, as igrejas tentam combater com a tecnologia os obstáculos à prática da fé. Para os religiosos declarados que não frequentam a igreja, por exemplo, a Northland Church, de Chicago, lançou um aplicativo para o iPhone que permite que os sermões de seus pastores cheguem aos telefones de seus seguidores. Se o fiel não vai à igreja…. o pastor vai até o fiel.
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