Papel de parede volta de Jesus
"ENTREGA TEU CAMINHO AO SENHOR, CONFIA NELE E O MAIS ELE FARA".
SALMOS 37.5

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Arrebatamento. Estudo Teológico



Quando Jesus prometeu aos Seus discípulos:
 “Eu voltarei” 
(João 14:3), Ele criou uma esperança que têm 
ardido no
 coração de quase todos os cristãos por 2.000 
anos. E, raras
 vezes desde o primeiro século dC tem esta
 esperança
 queimado mais intensamente nos corações
 dos cristãos do 
que hoje.
Esta esperança é escurecida, no entanto, por uma 
sombra. Segundo a Bíblia, um momento terrível de 
angústia, muitas
vezes chamado de “tribulação” – terá lugar na
 Terra pouco 
antes da segunda vinda de Cristo. Por quase 
1.800 anos, os cristãos acreditavam que todo 
o povo de Deus iria passar por 
essa tribulação. No entanto, cerca de 200 anos atrás, uma nova teoria foi proposta – que Deus levará os verdadeiros cristãos 
para fora do mundo e os transportará para o céu antes da Tribulação. Aqueles que ficarem para trás passarão pela Tribulação,
 durante a qual milhões de judeus serão convertidos ao cristianismo. A segunda vinda de Cristo ocorrerá no final da Tribulação.
A deportação dos santos para o céu antes da Tribulação 
é chamada de “arrebatamento”. Segundo os que defendem essa teoria, o arrebatamento será secreto no sentido de que, 
num primeiro momento, ninguém vai saber que ele ocorreu. Aqueles que são deixados para trás na terra só irão perceber 
que isso aconteceu quando 
eles se tornam conscientes de que muitas pessoas desapareceram de repente, sem qualquer razão. Uma série de filmes 
religiosos tentou
 retratar este arrebatamento nos últimos anos. Estes filmes mostram tipicamente pessoas espantadas perguntando o que 
aconteceu com
 seus amigos e
 entes queridos. Outra cena comum é a de carros desgovernados e aviões caindo, porque seus motoristas e pilotos foram 
“arrebatados”.
Em certo sentido, esta visão do fim do mundo poderia ser chamada de uma teoria dupla da segunda vinda, porque divide
 o retorno de
 Cristo para o nosso planeta em duas partes, o arrebatamento antes da Tribulação e a Segunda Vinda na sua conclusão. 
Neste artigo, examinaremos a evidência bíblica sobre o fim do mundo e a segunda vinda de Cristo.

Quatro razões para questionar o arrebatamento secreto

Um estudo cuidadoso da Bíblia sugere pelo menos quatro razões principais para questionar o ponto de vista de uma 
segunda vinda de 
Cristo em duas fases:

1. O vocabulário do Segundo Advento não oferece respaldo para tal ponto de vista

Nenhuma das três palavras gregas usadas no Novo Testamento para descrever o retorno de Cristo ou seja, 
parousia-vinda, 
apokalypsis-revelação, e epiphaneia-aparecimento, sugere um arrebatamento secreto antes da tribulação 
(muitas vezes chamado de “arrebatamento pré-tribulacionista”) como objeto da esperança cristã no Advento.
Os pré-tribulacionistas alegam que em 1 Tessalonicenses 4:15, Paulo usou a palavra parousia-vinda para 
descrever o arrebatamento 
secreto. Mas em 1 Tessalonicenses 3:13, ele usou a mesma palavra para descrever “a vinda de nosso Senhor Jesus 
com todos os seus
 santos” (NVI) – uma descrição, de acordo com os pré-tribulacionistas, da segunda fase da volta de Cristo. 
Em 2 Tessalonicenses 2:8, 
Paulo de novo emprega o termo parousia para se referir à vinda de Cristo que causará a destruição do anticristo – 
um evento que, de
 acordo com os pré-tribulacionistas, supostamente ocorrerá na segunda fase da vinda de Cristo (ver também
 Mateus 24:27, 38, 39). Da 
mesma forma, 
as palavras apokalypsis-revelação e epiphaneia-aparecimento, são utilizadas para descrever tanto o que 
os pré-tribulacionistas chamam 
de arrebatamento (1 Cor 1:7; 1 Tim 6:14) como o que chamam de Retorno, ou segunda fase da Vinda de Cristo
 (2 Tess 1:7-8, 2:8). Assim,
 o vocabulário da Bendita Esperança não propicia base alguma para uma distinção da volta de Cristo em duas fases.
 Seus termos são 
utilizados para descreverem um único, indivisível, pós-tribulacional Advento de Cristo que vai trazer salvação aos 
crentes e retribuição 
aos descrentes.

2. O Novo Testamento não contém traços de um secreto e invisível arrebatamento instantâneo 

da Igreja.

Na verdade, 1 Tessalonicenses 4:15-17, que dá a descrição mais notória do Segundo Advento, sugere exatamente
 o oposto. Ela fala 
que o Senhor desce do céu “dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus”
 . . . “os mortos em
 Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre 
nuvens, para o
 encontro do Senhor nos ares”. “(versículos 16, 17).
A ”palavra de ordem”, ”a trombeta”, e o grande ajuntamento dos vivos e santos ressurretos dificilmente sugeriria um 
evento secreto, 
invisível e instantâneo. Pelo contrário, como tem sido freqüentemente apontado, essa talvez seja a passagem 
mais barulhenta da
 Bíblia. As referências a uma trombeta ressoando em paralelo com as passagens de Mateus 24:31 e 
1 Coríntios 15:52 corroboram a
 natureza pública do Segundo Advento. Nenhum traço de um arrebatamento secreto pode ser encontrado 
em qualquer uma destas
 passagens.

3. As Passagens bíblicas sobre a Tribulação não oferecem suporte para um 

arrebatamento 

pré-tribulacional da Igreja.

Em seu discurso no Monte das Oliveiras, Jesus falou da grande tribulação que irá preceder imediatamente a
 Sua vinda, prometendo 
que “por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados”(Mateus 24:22). Argumentar que ”os eleitos” são 
apenas os crentes judeus e 
não membros da igreja é ignorar o fato de que Cristo estava se dirigindo a Seus apóstolos que representavam
 não só o Israel nacional, 
mas também a igreja em geral. Isto é confirmado pelo fato de que tanto Marcos como Lucas, que escreveram
 seus evangelhos para 
a Igreja gentílica, relatam o mesmo discurso (Marcos 13:20, Lucas 21).
Notável também é a semelhança entre a descrição de Cristo da Sua segunda vinda em Mateus 24:30, 31 
e a de Paulo em 
1 Tessalonicenses 4:16, 17. Ambos os textos mencionam a descida do Senhor, a trombeta que soa, os anjos 
acompanhantes e a 
reunião do povo de Deus. No entanto, os pré-tribulacionistas dizem que a passagem de 1 Tessalonicens descreve
 o arrebatamento antes da Tribulação, mas a passagem de Mateus descreve a segunda vinda de Cristo após a tribulação. 
O paralelismo entre as duas passagens indica claramente que o arrebatamento da Igreja não precede, mas, pelo contrário,
 segue-se à grande tribulação.

4. Por fim, Paulo e o livro do Apocalipse negam a noção de um arrebatamento secreto

 pré-tribulacional.

Em 2 Tessalonicenses 2, Paulo refutou um equívoco que era predominante entre os cristãos de Tessalônica. 
Aparentemente,
 eles acreditavam que o dia do Senhor já tinha chegado. Para refutar esse equívoco, Paulo citou dois grandes 
eventos que devem 
ocorrer antes da vinda do Senhor, ou seja, a rebelião e o aparecimento do ”homem da iniqüidade” que perseguirá 
o povo de Deus (2 Tessalonicenses 2:3). Se Paulo esperasse que a Igreja fosse arrebatada deste mundo antes da 
tribulação causada pelo aparecimento do anticristo, ele dificilmente teria ensinado que os crentes veriam tal evento 
antes da vinda do Senhor.
O livro de Apocalipse trata dos eventos associados com a grande tribulação em maior detalhe do que qualquer outro
 livro do Novo 
Testamento, eventos tais como o aparecimento de uma besta que persegue os santos de Deus e o derramamento 
das sete últimas 
pragas (Apocalipse 8-16).
Embora João descreva estes eventos tribulacionais em grande detalhe, ele nunca menciona ou sugere um Advento 
de Cristo secreto 
e pré-tribulacional para levar embora a Igreja. Isto é tanto mais surpreendente tendo em conta o expresso propósito
 de João de instruir 
as igrejas a respeito dos eventos finais. Na verdade, João explicitamente menciona uma incontável multidão de 
crentes que passarão
 pela grande tribulação: “Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam 
no sangue do
 Cordeiro” (Apocalipse 7:14).
Os pré-tribulacionistas argumentam que esses crentes são todos da raça judaica, supostamente porque, durante os eventos 
descritos 
em Apocalipse 4 à19, a igreja não está mais na terra mas no céu. Este raciocínio é desacreditado, em primeiro lugar, pelo 
fato que
 em nenhum lugar João faz uma distinção entre os santos judeus e gentios, na Tribulação. Ao contrário, João afirma
 explicitamente
 que os crentes vitoriosos da Tribulação vêm “de toda nação, tribo, povo e língua “(Apocalipse 7:9). Esta frase ocorre
 repetidamente 
no Apocalipse para designar não exclusivamente os judeus mas inclusivamente muitos membros da família humana,
 independentemente da sua origem étnica ou nacional (Apocalipse 5:9; 10:11, 13:07, 14:6). Obviamente, 
Cristo não resgatou 
somente judeus, mas pessoas de todas as raças.
Em Apocalipse 22:16 Jesus reivindica ter enviado o Seu anjo a João “para testificar estas cousas à Igreja”. É difícil 
ver como as
 mensagens dadas pelo anjo a João poderiam ser um testemunho para as Igrejas se a Igreja não está diretamente 
envolvida
 nos eventos descritos nos capítulos 4 à 19, em outras palavras – na maior parte do livro.
O fato é que o Apocalipse descreve a Igreja como sofrendo perseguição por poderes satânicos durante a
 tribulação final 
mas não como sofrendo a ira divina. Como os antigos israelitas desfrutaram da proteção de Deus durante 
as dez pragas 
(Êxo. 11:7), assim o povo de Deus será protegido quando Sua ira divina cair sobre os ímpios. O Apocalipse
 representa essa
 divina proteção através de um anjo que sela os servos de Deus em suas testas (Apoc. 7:3) para que sejam 
protegidos quando 
a ira de Deus sobrevir sobre os impenitentes (Apoc. 9:4). Por fim, o povo de Deus será resgatado pelo glorioso
 Retorno de Cristo 
(Apoc. 16:15; 19:11-21). O apocalipse então, não retrata um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja,
 mas um Retorno 
pós-tribulacional de Cristo.
Em face das razões aqui discutidas, concluímos que o ensino popular de uma Vinda Secreta de Cristo para
 arrebatar a Igreja 
antes da tribulação final é desprovida de qualquer apoio bíblico. Tal crença torna a Deus culpado de dar tratamento 
preferencial 
à Igreja removendo-a da terra, deixando os crentes judeus a sofrer a tribulação final. As Escrituras ensinam que a
 Segunda Vinda
 de Cristo é um evento único que ocorre após a grande tribulação e será experimentada pelos crentes de todas as 
eras e de todas 
as raças. Esta é a Bendita Esperança que une “toda nação, e tribo, e língua e povo” (Apoc. 14:6).

Arrebatamento Atrasado

Quanto tempo se espera que levará para o desaparecimento maciço dos verdadeiros cristãos de todas as nações?
 Muitos acreditam 
que esse evento está iminente porque sua principal pré-condição, ou seja, o restabelecimento do Estado de Israel
 e a posse da 
antiga Jerusalém, já tiveram lugar.
De acordo com cálculos iniciais de Hal Lindsey, em seu livro “The Late Great Planet Earth”, esse arrebatamento secreto
da Igreja já 
passou do prazo. Em 1970 ele predisse que “em quarenta anos desde 1948 [ano da formação do Estado de Israel], 
ou por volta disso,
 tudo isso poderia ter lugar. Lindsey calcula os “quarenta anos” da duração bíblica de uma geração e alega, com base 
na parábola
 da Figueira (Mateus 24:32-33) que a formação do Estado de Israel em 1948 assinala o início da última “geração”
 (Mateus 24:34)
 que verá primeiramente o arrebatamento, daí os sete anos de tribulação, e finalmente o Retorno de Cristo em glória. 
Sendo que o arrebatamento, de acordo com Lindsey e a maioria dos dispensacionalistas, ocorre sete anos (Daniel 9:27) 
antes do Retorno visível 
de Cristo em glória, já deveria ter ocorrido em 1981 ou 1982. O que isso significa é que o tempo já se esgotou para essas 
predições sensacionais, porém sem sentido.
Dr. Samuele Bacchiocchi,

Nenhum comentário: