Parece que a Igreja Católica está mudando suas concepções sobre o casamento gay. Nesta quarta-feira (6), Vicenzo Paglia, ministro para a Família do Vaticano encorajou o reconhecimento de direitos civis de uniões fora do casamento, inclusive entre pessoas do mesmo sexo.
Durante coletiva de imprensa, Paglia disse que estas são situações que o Estado deve resolver para combater injustiças e discriminações. O ministro, que costuma ter um pensamento aberto em relação aos temas sociais, disse, horas depois, em entrevista à Rádio do Vaticano, que suas declarações em relação ao casamento gay tinham sido mal interpretadas.
“É preciso encontrar soluções no âmbito do código civil para garantir questões patrimoniais e facilitar condições de vida para impedir injustiças com os mais fracos. Infelizmente, não sou um especialista em direito, mas, pelo que sei, me parece o caminho que precisa ser percorrido”, disse Paglia.
O ministro para a Família do Vaticano também se mostrou totalmente contrário às formas de discriminação aos homossexuais, em particular no Oriente Médio e na África. “Em vários países, a homossexualidade é considerada um crime. É preciso combater isso”, falou o arcebispo italiano na entrevista.
Designado no último ano para administrar um dos ministérios-chave do Vaticano, Paglia reiterou, apesar de suas declarações, sua defesa do casamento heterossexual, entre um homem e uma mulher, que ele considera “elemento fundador” da sociedade. O ministro também afirmou ser contra a aprovação de leis que permitam casais homossexuais a adotarem.
“A Igreja conhece o preço do que é uma família sem filhos, dos idosos sozinhos e dos doentes. A família se transformou ao longo de décadas, mas nunca vamos abandonar seu ‘genoma’, ou seja, que é formada por um homem, uma mulher e seus filhos”, declarou o arcebispo.
Paglia soltou um comunicado, após a entrevista, dizendo que ficou surpreso com a repercussão na imprensa de que ele apoiava o casamento gay. Para explicar sua oposição, o ministro do Vaticano disse que é necessário “verificar nos ordenamentos jurídicos existentes a possibilidade de utilizar normas jurídicas que tutelem os direitos individuais”.
“Isso vai além da aprovação de certas visões. Minhas palavras não foram compreendidas e, por isso, não compreenderam também o carinho com que foram pronunciadas. Na realidade, e também por vontade, foram descarriladas de seus trilhos”, completou o religioso.
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Fonte: O Dia
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