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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Religião-Vaticano: Cúpula da Santa Sé rebate com força "boatos" sobre corrupção e sexo Sua cidade.



SÃO PAULO, SP, 23 de fevereiro (Folhapress) - O Vaticano iniciou hoje uma verdadeira contraofensiva para rebater "informações falsas", "boatos" e "calúnias" publicadas pela imprensa italiana sobre uma trama de corrupção, tráfico de influência e sexo dentro da Cúria Romana, que seriam uma manobra para "condicionar" o conclave que escolherá o novo Papa. 

"Se, no passado, eram as chamadas potências, ou seja, Estados, que queriam condicionar a eleição do papa, hoje se trata de envolver a opinião pública", lamenta num comunicado pouco comum a Secretaria de Estado. "Através dos séculos, os cardeais tiveram que enfrentar múltiplas pressões na hora de eleger o pontífice por parte de diferentes poderes, enfrentando lógicas de tipo político e mundano", completa a nota da instituição vaticana presidida pelo cardeal Tarcisio Bertone. 

Hoje, "tenta-se alterar a opinião pública por meio de argumentos e avaliações que não percebem o sentir espiritual que a Igreja está vivendo. É deplorável que ao aproximar-se o início do conclave se multiplique a divulgação de notícias não verificadas nem verificáveis e inclusive falsas, que causam graves dano a pessoas e instituições", ressalta o comunicado. 

Poucas horas antes, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, rebateu "a desinformação e, inclusive, as calúnias", sobre possíveis intrigas na cúpula da Santa Sé e a existência do chamado lobby gay, denunciado pelo jornal "La Repubblica", uma das publicações de maior tiragem no país. 

"Há quem tenta aproveitar o movimento de surpresa e desorientação, após o anúncio de que o papa Bento 16 abandonará seu cargo, para semear a confusão e desprestigiar a Igreja", afirmou Federico Lombardi, em um editorial divulgado pela Rádio Vaticano. 

"Os que só pensam em dinheiro, sexo e poder, e estão acostumados a ver as diversas realidades com esses critérios, não são capazes de ver outra coisa, nem sequer na Igreja, pois seu olhar não sabe dirigir-se para cima ou descer com profundidade nas motivações espirituais da existência", completou. 

Dossiê

Conforme as denúncias, publicadas pelo "Repubblica" e pela revista "Panorama", importantes publicações da Itália, afirmam que o papa decidiu abandonar o cargo depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis. 

No documento são descritas as lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de "chantagens" internas por conta do homossexualismo. 

O relatório teria sido encomendado pelo chefe da Igreja Católica após a explosão do escândalo "VatiLeaks", o vazamento de cartas e documentos confidenciais do pontífice. O documento teria sido entregue em dezembro.

A contraofensiva do Vaticano coincide com a conclusão por parte do Papa Bento 16 da semana de retiro espiritual iniciada em 17 de fevereiro. 

A um grupo de cardeais, o Papa prometeu "a proximidade espiritual" após a formalização de sua renúncia, no dia 28 de fevereiro.

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