Para muitos analistas, trata-se de um avanço do Vaticano. Os estudioso das profecias bíblicas acreditam que é uma decisão que trará sérias consequências sobre o Estado judeu. O fato é que o reconhecimento da existência do Estado Palestino assinado nesta sexta-feira (26) mostra que o “cerco” se fecha contra Israel pela divisão da terra.
Em nota, o Vaticano afirma que espera que “melhorem as relações entre palestinos e israelenses”, mas não demonstra que houve diálogo com autoridades judias. Em princípio, o tratado seria resultado de 15 anos de negociações.
O texto do tratado estava pronto desde maio deste ano. O arcebispo Paul Gallagher, Ministro das Relações Exteriores do Vaticano, instou os dois países a tomar “decisões corajosas”, de modo que “ a tão desejada solução dos dois Estados seja alcançada tão logo quanto possível”.
Riad al-Malki, ministro das relações exteriores da Autoridade Nacional Palestina, assinou o tratado na cerimônia oficial dentro do Vaticano.
O acordo histórico passa por cima das resoluções da Organização das Nações Unidas, que não reconhece a Palestina como nação independente. Embora não tenha nenhum valor legal, pode servir como forma de pressão para uma intervenção internacional sobre o território israelense. Desde 2013 existem rumores sobre a entrega dos lugares sagrados de Jerusalém para o Vaticano.
O documento contém 32 artigos divididos em oito capítulos. Na prática, pede uma divisão do território em dois Estados, com fronteiras claras. O Vaticano pede que se volte a demarcação das fronteiras de 1967, antes de Israel ter vencido a Guerra dos Seis Dias. Sendo assim, precisaria haver desocupação dos chamados “territórios ocupados”. Isso implicaria ceder a porção oriental de Jerusalém para servir como capital palestina.
Chama atenção a fala de Al-Malki, que em seu discurso reconheceu que o acordo não teria sido possível sem a “dedicação pessoal” do presidente palestino Mahmoud Abbas e a bênção do Papa Francisco. Ressaltou o espírito de amizade e parceria entre eles. Comemorou ainda essa oportunidade como a chance de ver a Palestina “livre dos grilhões da ocupação”.
Para o governo de Israel, o movimento irá “danificar o processo de paz”. O porta-voz do Ministério do Exterior israelense Emmanuel Nahshon limitou-se a dizer que o anúncio do acordo “traz danos às perspectivas de se avançar um acordo de paz, e prejudica o esforço internacional para convencer a Autoridade Palestina a retornar às negociações diretas com Israel”. Com informações de Religion News
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