A depressão é um dos maiores problemas da atualidade no campo da saúde mental. Além dela, a ansiedade também acomete muitas pessoas de forma nociva, produzindo comportamentos prejudiciais e outras dificuldades que afetam o trabalho, os estudos e até os relacionamentos amorosos.
O tema veio à tona no meio evangélico esta semana, após o rapper Pregador Luo dizer em uma entrevista que passa por um momento de depressão. Em sua página oficial no Facebook, ele disse que tornar isso público é uma forma de motivar outras pessoas que enfrentam o mesmo problema:
“O intuito da matéria nem era falar sobre isso, mas acabei tocando no assunto para desabafar e incentivar quem também se encontra nessa situação a buscar ajuda e tratamento”, escreveu o cantor.
Cuidados sobre o diagnóstico da depressão
O aumento da depressão no mundo é alarmante. O fenômeno, no entanto, deve ser visto com muita cautela, pois há casos onde o conceito assume sua versão popular, sendo reforçado pela mídia e, consequentemente, pela própria população, que termina associando todo quadro de tristeza profunda à doença.
“Tristeza profunda” é o termo utilizado pelos autores Allan V. Horwitz e Jerome C. Wakefield, no livro chamado “Tristeza Perdida – Como a psiquiatria transformou a depressão em moda” (2010).
Os autores afirmam que há uma tendência na área da saúde mental de “patologizar” demais o sofrimento humano, de forma que isso é fruto da dificuldade do homem moderno de saber lidar com suas tristezas em um mundo tão acelerado.
Os autores enfatizam o contexto social como fatores primordiais na compreensão da depressão. Isto é, a família, cultura, os estudos, trabalho, relacionamentos amorosos, a vida religiosa, traumas infantis, sexuais e muitos outros fatores desencadeantes.
Essa noção concorda com a visão de Claudia Livingston Ades, Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP. Em um texto publicado na Maxpress, ela explica que “o individualismo e a carência das relações pessoais – onde há trocas afetivas – são fatores que contribuem para o aumento de depressão e da ansiedade na população”.
Livingston reforça a influência do contexto social como desencadeante do problema em nosso país, considerado o quinto mais depressivo do planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS):
“No Brasil, especificamente, estamos passando por mudanças em diversas esferas, o brasileiro desenvolveu um estado de alerta porque vive constantemente com medo. Medo da violência, do desemprego, das incertezas e outros fatores”, destaca.
Já para a psicóloga Celia Resende, o aumento da depressão no Brasil se deve à “falta de valores” na sociedade e ao excesso de erotização. “Existe uma insegurança econômica muito grande, os jovens estão sem esperança e a droga está muito espalhada”, disse ela, segundo informações do portal Terra.
“Existia um pedido de liberdade através do sexo que começou nos anos 60. Era um movimento com uma filosofia por trás, mas isso se perdeu nos anos 90 e agora só existe a erotização pela erotização”, completa.
Igrejas devem trabalhar a depressão e a ansiedade com seus membros
Por se tratar de uma demanda social e todos nós vivermos em sociedade, para o pastor George Hilton nenhum cristão está imune à depressão. Ele falou recentemente no programa “Palavra de Fé”, citando exemplos na Bíblia de casos semelhantes:
“A Bíblia não menciona a palavra depressão, embora descreva pessoas que poderiam se chamar de depressivas. Um exemplo bíblico de depressão foi o caso de Jonas, o próprio Elias que pediu a morte, Jeremias em Lamentações, Davi em muitos de seus Salmos cita situações de completa angústia”, disse ele.
Portanto, a igreja deve falar sobre o tema e procurar acolher os membros que manifestam sintomas de tristeza profunda ou ansiedade, compreendendo suas causas e abordando da melhor forma possível e, quando necessário, encaminhar para o acompanhamento psicológico. A psicoterapia, técnica exclusiva dos psicólogos, é o tratamento mais indicado para esse tipo de situação.
https://noticias.gospelmais.com.br/depressao-e-igrejas-devem-abordar-99583.html
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