Frei Betto e Leonardo Boff são os convidados de hoje do projeto Sempre Um Papo, que acontece na sala Juvenal Dias
CARLOS ANDREI SIQUARA
Frei Betto e Leonardo Boff, dois autores conhecidos pela maneira como
transitam por temas do universo da filosofia e da religião, participam hoje
do Sempre um Papo. Na ocasião, Betto autografa os livros “Começo, Meio
e Fim” e “Reinventar a Vida”. Já Leonardo Boff destaca “Francisco de Assis
e Francisco de Roma – Uma Nova Primavera na Igreja?”, que ganhou nova
edição com alguns acréscimos. O encontro vai acontecer no Museu de Artes
e Ofícios.
De acordo com o primeiro, “Começo, Meio e Fim” é uma ficção que
pretende tornar a questão da morte um assunto mais palatável ao público
infantojuvenil. Para Betto, tratar dessa etapa natural da vida é um desafio
para muitos pais, e o livro também serve como um ponto de partida para
estes saberem como melhor abordar o tema.
“Em geral os adultos cometem o erro de não levar as crianças a enterros
e velórios, especialmente de pessoas com quem elas têm uma ligação
afetiva forte, como a avó. Isso, contudo, gera um vazio, pois a criança
precisa realizar o rito de passagem que representa a morte”,
explica Frei Betto.
Narrada em primeira pessoa, a história perpassa algumas perguntas feitas
por uma menina. O escritor observa que as preocupações vividas por ela
poderiam ser as mesmas de muitos outros que passam por essa
experiência na infância. “Há aquelas indagações básicas, como
‘por que as pessoas morrem’ e ‘o que acontece com elas após
esse momento’”, acrescenta. Já “Reinventar a Vida” lida com duas
reflexões: o sentido da vida e a busca pela felicidade. O título traz
textos publicados anteriormente, além de alguns e inéditos.
Boff, por sua vez, apresenta em seu trabalho um paralelo entre a atuação
do papa Francisco e a vida de Francisco de Assis. Ele explica que, ao
escolher o nome do frade, o líder mundial da Igreja Católica sinaliza
um projeto para a instituição. “Assim como no passado Francisco de
Assis propôs restaurar uma Igreja em ruínas por causa do seu envolvimento
com a política, o papa agora aponta um caminho semelhante ao assumir
esse cargo no momento em que a Igreja é manchada por escândalos
financeiros e sexuais. Dessa forma, ele parece tomar para si uma missão
semelhante”, diz.
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