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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Pacientes com ebola fogem do isolamento e vão à igreja na República Democrática do Congo


Ebola pode provocar sangramento fatal nos órgãos internos (Foto: AFP)Ebola pode provocar sangramento fatal nos órgãos internos (Foto: AFP)
Ebola pode provocar sangramento fatal nos órgãos internos (Foto: AFP)
Três pacientes com ebola fugiram de uma unidade de tratamento 
segunda-feira (21). Os doentes contaram com a ajuda de familiares,
 que exigiram que eles fossem levados para locais religiosos, de 
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dois deles
 morreram. O terceiro voltou para o hospital.
A República Democrática do Congo vive um surto de ebola, decretado
 em 8 de maio. Desde então, segundo a Organização Mundial da
 surto de ebola do país. O temor é que a doença se espalhe
 rapidamente em Mbandaka, cidade com um milhão de habitantes.
O caso dos três pacientes que abandonaram o isolamento 
representa
 um desafio para equipes de saúde, que estão lutando para 
interromper a propagação da doença, altamente contagiosa, 
segundo a repórter da BBC no país, Anne Soy.
Não há cura conhecida para o ebola. O isolamento dos pacientes 
é a principal forma de manter a doença sob controle. O contágio 
acontece quando fluidos corporais (como sangue, suor, urina ou
 fezes) de um indivíduo infectado tocam alguma das membranas
 mucosas de alguém que não está contaminado (olhos, orifícios 
nasais, boca, feridas abertas).
Ebola: doença atinge República Democrática do Congo (Foto: Alexandre Mauro/G1)Ebola: doença atinge República Democrática do Congo (Foto: Alexandre Mauro/G1)
Ebola: doença atinge República Democrática do Congo (Foto: Alexandre Mauro/G1)
Outro entrave ao controle é que ainda há quem acredite que o ebola 
não representa uma ameaça ou pode ser tratado com ajuda de 
curandeiros e práticas religiosas tradicionais. A falta de informação 
dificultou o combate à epidemia entre 2013 e 2016, no Oeste da África, 
que vitimou mais de 11,3 mil pessoas.

Como os pacientes fugiram?

Os familiares dos pacientes foram até o centro de tratamento, 
administrado pelos Médicos Sem Fronteiras (MSF), e exigiram que 
os doentes fossem levados para centros de orações, segundo Eugéne
 Kabambi, funcionário da OMS. Na confusão, os doentes foram, então,
 retirados do local de moto.
A polícia ordenou uma busca pelos pacientes. Um deles foi encontrado 
morto em casa. Seu corpo foi removido, para que fosse realizado um
 enterro seguro. Outro paciente foi levado de volta ao hospital na 
terça-feira, ainda com vida, mas morreu no mesmo dia, segundo os
 Médicos Sem Fronteiras.
As famílias dos três pacientes estão sendo monitoradas.
As equipes médicas estão fazendo esforços para convencer os 
pacientes a não deixarem o centro de saúde e continuarem o tratamento. 
"Mas a hospitalização forçada não é a solução para essa epidemia. 
A aderência dos pacientes é primordial", disse a organização em um comunicado. "Isso é um hospital. Não é uma prisão, nós não podemos 
trancar tudo", afirmou Henry Gray, chefe da missão do MSF em
 Mbandaka.

A situação está sob controle?

O início do atual surto de ebola na República Democrática do Congo
 foi registrado cerca de 100 quilômetros ao sul de Mbandaka. A
 propagação do ebola de áreas rurais até a cidade espalhou temores
 de que a doença estivesse caminhando rumo à capital do país, 
Kinshasa, e para países vizinhos.
A OMS afirma que o surto tem potencial de se expandir. "Nós
 estamos na berlinda", disse Peter Salama, chefe de respostas de
 emergência da OMS, em uma reunião especial para discutir a crise 
em Genebra."As próximas semanas serão determinantes para avaliar se esse surto irá se expandir para áreas urbanas, ou se nós conseguiremos mantê-lo sob controle", acrescentou Salama.
Trabalhadores de saúde começaram uma campanha de imunização
 para deter a propagação do vírus da ebola, em 21 de maio. Uma 
vacina experimental está sendo usada de forma limitada.


https://g1.globo.com/bemestar/ebola/noticia/pacientes-com-ebola-fogem-do-isolamento-e-vao-a-igreja-na-republica-democratica-do-congo.ghtml

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