A razão pela qual Jesus se deixou batizar por João Batista pareceu sempre um tanto enigmática, inclusive para o próprio João, que, na ocasião, tentou dissuadi-lo de assim proceder, asseverando que a situação deveria ser invertida, e ele, João, é quem deveria ser batizado por Jesus .
A resistência de João Batista em batizar Jesus foi bastante pertinente, posto que o batismo, por ele apregoado e ministrado, na essência, representava uma confissão de pecados.
Significava simbolicamente o sepultamento da vida pregressa de pecado e o recomeçar uma nova vida. Então, era cabível a Jesus fazer isso?
Na Verdade, Jesus inaugura o seu ministério inserindo-se no lugar do pecador. Ele inaugura-o como antecipação da cruz. O sentido do batismo de Jesus, como Ele mesmo declara a João Batista, é parte integrante do cumprimento de toda justiça da Lei, na qual o batismo de arrependimento é introdução, só na cruz se revela plenamente, pois nele o futuro é antecipado.
Jesus, na verdade, antecipa a sua entrada nos pecados dos outros; antecipa a sua descida ao “Inferno”. E não o faz como na célebre poesia de Dante, observando apenas, mas agindo e operando mudanças, transfigurando o sofrimento da condição humana, aprisionada pelo pecado e a morte, em esperança de vida e restauração.
É, portanto, a partir do batismo que se compreende todo o ministério de Jesus: Ele é o mais forte que desce ao último lugar, ao lugar da miséria, para realizar a sua superação. Ele venceu o mal que nos torna cativos, a saber, o pecado e a morte, e nos oferece a Si Mesmo como caminho de novidade de vida.
Referência Bíblia se encontra no Evangelho de Mateus 3:13-17.
Nenhum comentário:
Postar um comentário