Três dos principais cantores cristãos do Brasil concederam uma entrevista ao portal Uol sobre a música gospel no país e o contexto evangélico.
Thalles Roberto, Pregador Luo e Rodolfo Abrantes falaram sobre o policiamento interno do meio evangélico, a abertura da mídia para a música cristã e a existência de “pessoas mal intencionadas” nas igrejas.
“Somos referência hoje, musical, pra todo mundo, porque a nossa música, desde os Estados Unidos, desde os anos 60, 70, 80, a música negra norte-americana nasceu dentro da igreja. Então, com isso se fortalecendo no Brasil, continuamos sendo referência para a música sertaneja, pop, jazz, blues, rock”, disse Thalles Roberto.
Sobre a expansão de público que os artistas cristãos tem conquistado, Pregador Luo afirmou que trata-se de uma oportunidade: “Num determinado momento a música evangélica foi direcionada somente para os evangélicos, e hoje a gente tem pessoas de diversas culturas, religiões, filosofias de vida diferente, que acabam se sentindo tocadas”.
Rodolfo Abrantes afirmou que foge “completamente do rótulo artista gospel”, pois a seu ver é inadequado: “Isso é pra matar. Cantor gospel. Pelo amor de Deus. A Bíblia não me chama disso”, afirmou.
Sobre a religiosidade, que leva a uma situação de extremismo, os entrevistados foram unânimes em reprovar essa postura: “Acho que nós não podemos ser chatos. Tem gente que é chata, entendeu? Tem religioso que é chato. O cara quer imprimir em você a verdade dele, sem antes te covencer”, criticou Thalles.
“Acho que a religiosidade atrapalha em tudo”, disse Luo. “O Evangelho de Cristo, e qualquer coisa que seja feita, tem que ser temperado. Tudo que é forçado, tudo que é demais [...] acaba ficando chato”, completou Thalles.
Rodolfo afirmou que “se torna impossível você ter um relacionamento com Deus se você tem a religiosidade como base”, e ressaltou que é necessário haver mudanças: “Você cumprir um livro de regras pra ser justo? Eu não creio nisso”.
A respeito do crescimento evangélico no Brasil, o rapper Pregador Luo resumiu dizendo que “como em todo lugar, existe um número muito grande de pessoas mal intencionadas”, que usam a fé para outros fins: “Estão preocupados em fazer de suas igrejas, massa de manobra eleitoreira, massa de manobra política, estão preocupados em juntar tesouro na terra”.
Confira abaixo, a íntegra da entrevista concedida pelos cantores ao portal Uol:
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