DUBLIN - O chefe da Igreja Católica na Irlanda, cardeal Sean Brady, fez um pedido de desculpas público a vítimas de abusos sexuais cometidos por padres católicos. Na década de 70, Brendan Boland, uma das vítimas, deu a Brady uma lista com nomes de religiosos supostamente envolvidos em casos de pedofilia. No entanto, em entrevista a uma emissora local no fim desta segunda-feira, o cardeal admitiu não ter investigado o assunto com a ajuda da polícia.
- Eu peço desculpas a ele (Brendan Boland) e a qualquer outra vítima - disse.
Brady, de 72 anos, tem enfrentado uma constante pressão para deixar o cargo em meio ao surgimento de novos escândalos envolvendo o padre Brendan Smyth, acusado em ao menos 75 casos de abuso. Smyth era um dos nomes na lista de Boland. Como não foi detido, ele continuou a violentar crianças nos anos seguintes à denúncia ignorada. O acusado morreu em 1997, um depois de ser condenado a 12 anos de prisão por parte das acusações julgadas.
Apesar das críticas, Brady insiste em ficar no cargo, argumentando que tem o apoio da maioria dos fiéis e religiosos. No entanto, três dos quatro principais partidos da Irlanda e o vice-primeiro-ministro Martin McGuinness pedem a renúncia do sacerdote.
Em 2011, a Irlanda anunciou o fechamento de sua embaixada no Vaticano, uma das mais antigas da história da Igreja, após investigações feitas por ordem do governo irlandês revelarem a ocorrência de casos de abuso em instituições assistenciais para crianças administradas por católicos. O inquérito afirma que padres acusados de pedofilia eram simplesmente transferidos por bispos para outras paróquias.
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