As declarações do pré-candidato à prefeitura de São Paulo, José Serra, nas quais afirmou considerar legítimo que líderes religiosos se manifestem durante o processo eleitoral, colocaram líderes do PT em estado de alerta. Temendo uma reedição da campanha presidencial de 2010, quando a pauta do aborto entrou em discussão, líderes petistas se manifestaram contra as ideias do adversário político.
Apesar de ressaltarem que o pré-candidato do partido em São Paulo, Fernando Haddad, não tem problemas em debater nenhum tema, os líderes do partido defendem a ideia de que a “agenda religiosa” deve ser evitada para o “bem” da democracia.
O presidente do diretório estadual do PT, o deputado estadual Edinho Silva deu uma declaração na qual afirmou: “A religião não pode ir para o embate político, isso é muito ruim, muito perigoso. Não devemos instigar a disputa religiosa em processo eleitoral”. Durante um encontro de líderes do partido com pré-candidatos a prefeito e vereadores em Embu das Artes, na Grande São Paulo o petista rebateu as afirmações de José Serra afirmando que “religião é de foro íntimo e pessoal”. E concluiu: “Trazer uma questão tão pessoal, tão subjetiva, eu penso que é um retrocesso democrático”.
Edinho Silva afirmou ainda que incentivar o debate entre líderes religiosos é algo prejudicial para a carreira política do pré-candidato tucano. “O Serra está colocando em risco sua biografia. O Brasil espera dele outra postura”, afirmou.
De acordo com a Agência Estado, o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, também se manifestou sobre o assunto. Falcão afirmou que a repetição do debate religioso preocupa porque o País avança na educação e “na politização da sociedade”. “Não gostaria de ver repetida aquela campanha fundamentalista, reacionária, obscurantista que ele (Serra) promoveu na última disputa”, critica.
O coordenador da campanha de Haddad, vereador Antônio Donato, também criticou as afirmações de José Serra. “A campanha do PT vai atingir a cidade, é isso que o cidadão quer discutir. Talvez o (ex)governador Serra queira fugir de um assunto que é difícil defender, que é a gestão Kassab, e busque outros temas”, afirmou.
Apesar das afirmações dos colegas de partido, Haddad, que é visto com desconfiança por muitos religiosos por causa do kit gay, tem tido encontros com lideranças religiosas na tentativa de obter aliados entre elas.
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