Os meninos que zombaram da calvície de Eliseu foram amaldiçoados, de modo que 42 deles foram mortos por duas ursas (2Rs 2.23,24). Como poderia um homem de Deus amaldiçoar tantas pessoas por causa de uma ofensa tão pequena?
Um estudo cuidadoso desse incidente, em seu contexto, demonstra que foi um caso muito mais sério que “uma ofensa tão pequena”.
Havia uma situação de grande perigo público, tão grave quanto as quadrilhas de malfeitores que peram-bulam nos bairros miseráveis das modernas megalópoles.
Se aqueles jovens delinqüentes estavam perambulando pelas ruas em grupos de cinqüenta ou mais companheiros, zombando de cidadãos respeitáveis e prontos para perturbar até mesmo um homem de Deus conhecidíssimo, imagine-se quanta violência teriam praticado aos adultos reunidos no centro religioso do reino de Israel (Betel), caso lhes fosse permitido prosseguir na delinqüência.
Talvez tenha sido por isso que Deus julgou ser apropriado que 42 deles fossem sentenciados à morte de forma espetacular (não há evidências de que o próprio Eliseu, ao lançar-lhes a maldição, tenha pedido a Deus que lhes desse essa punição), a fim de infundir terror em outros grupos de jovens que infestavam a cidade, pois nem Iavé nem qualquer de seus servos deveriam ser ameaçados ou tratados com menosprezo.
É certo que, desse dia em diante, toda a comunidade israelita tornou-se convicta de que Eliseu era um verdadeiro profeta e trazia uma palavra repleta de autoridade da parte de Deus.
Até mesmo o impiedoso rei Jorão, filho de Acabe, passou a tratá-lo com grande deferência (v. 2Rs 3.11-13) depois desse fato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário