O padre considera que a igreja Católica precisa organizar grupos para atingir as famílias, já que muitas estão em situação de sofrimento, separação e pobreza. São três projetos em vista: encontro de preparação para o matrimônio, acompanhamento de recém-casados e acolhida dos casais em nova união.
A segunda meta é organizar as paróquias em pequenas comunidades. “Elas têm de passar a ser vistas como um conjunto de comunidades”, diz o padre. A terceira prioridade é a promoção da vida e ação social. A arquidiocese planeja instalar a Pastoral da Saúde e trabalhar com prevenção de doenças. “Nós atendemos os enfermos, mas não trabalhamos para que as pessoas não fiquem doentes”, aponta.
Outro projeto refere-se à recuperação de nascentes, rios e matas ciliares. “Queremos salvar o maior número possível de nascentes porque a água é um patrimônio que está se perdendo.” A quarta e última diretriz é a juventude. A igreja Católica quer acolher os jovens e valorizar sua participação. “Vamos formar líderes jovens que falem a linguagem deles para que possamos evangelizá-los.”
O arcebispo dom Anuar Battisti diz que mudanças na forma de acolhida dos fiéis, celebrações mais participativas e tratamento personalizado podem levar mais católicos às missas e “tocar o coração das pessoas”.
Evangélicos
Na região, o número de evangélicos segue em crescimento, enquanto o número de católicos está estável. A pesquisa feita pela Arquidiocese de Maringá mostra que os católicos são 73,72% na região, enquanto os evangélicos são 21,15%.
Comparados aos dados do IBGE, de 2000, os números apresentados pela igreja mostram crescimento de 2,41 pontos porcentuais de evangélicos e ainda a queda em 2,03 pontos porcentuais de pessoas que se declararam sem religião. Dom Anuar Batistti diz que o êxodo não é um fenômeno exclusivo da igreja Católica. “As pessoas migram de uma religião para outra em busca do milagre, seja ele da cura ou de problemas financeiros.”
O padre Sidney Fabril diz que a acolhida das igrejas evangélicas é um aspecto forte frente à igreja Católica, mas ele deixa claro que não há disputa de fiéis. “Não queremos saber disso porque isso não é nem cristão e nem humano.”
O presidente da Ordem dos Pastores Evangélicos de Maringá, Valdinei Pereira, atribui o crescimento à nova forma de organização das igrejas evangélicas. “Antes, elas eram espalhadas e cada uma se preocupava em expor sua doutrina; hoje, existe união”, conta o pastor. “A unidade levou as pessoas a verem que o Evangelho é muito mais que uma placa com nome de igreja.”
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