CRENTES
INCREDULOS?
Tomé foi a personagem principal de um episódio
ocorrido após a ressurreição de Jesus, quando Ele
lhe teve de dizer: “Não sejas incrédulo, mas
crente” – João 20.27.
A cena passou-se oito dias depois de Jesus Cristo ter
voltado ao mundo dos vivos, saindo da sepultura,
agora vazia. Na verdade Tomé não teve o privilégio
de ver o seu Mestre no domingo da ressurreição,
quando Jesus se apresentou aos seus discípulos e
companheiros dele (numa sala onde se tinham
reunido com medo dos judeus), proporcionandolhes a alegria de sentirem a sua presença de novo,
de verem com seus próprios olhos as mãos e o lado
ferido de Jesus, de ouvirem duas vezes a saudação
divina “Paz seja convosco” e de serem abençoados
com uma bênção muito especial e característica
quando Jesus assoprou sobre eles e disse: Recebei o
Espírito”.
Tomé foi devidamente informado do conteúdo da
reunião, mas duvidou da palavra dos seus
companheiros.
Didimo, também assim conhecido como sobrenome,
durante mais de 3 anos convivera com aqueles dez
discípulos mas agora tinha uma diferente concepção
da honorabilidade destes, ao ponto de exigir que
seus olhos e mãos comprovassem o que lhe diziam.
A duvida dele em relação ás palavras “Vimos o
Senhor” soavam como fosse mentira!
Mais tarde, isto é, oito dias depois, quando deu
conta do seu erro e da sua incredulidade, ao
contemplar Jesus Vivo e Perfeito, Tomé temeu e
confessou a sua natureza céptica. “Senhor meu e
Deus meu”
A figura e o mau exemplo do “crente” Tomé que
viveu há cerca de 2000 anos atrás não é muito
diferente do que se passa nos nossos dias!
Vivemos, hoje, numa época onde muitos ditos
“crentes” são fanáticos discípulos deste Tomé.
Muitos que povoam as “igrejas” acreditam em
Deus, mas não acreditam no seu Poder, nem no
Poder da sua Palavra!
Muitos que frequentam assiduamente cultos
evangélicos acreditam em Deus, crêem na salvação
eterna, mas duvidam das suas promessas, em
especial no que concerne á iminente vinda de Cristo
para arrebatar a sua Igreja (I Tess.413-17) – Basta
olhar para as preferências nas suas vidas e no tempo
que dedicam ao Senhor.
Muitos acreditam que Deus existe mas não crêem
em Jesus como Salvador e Senhor, mesmo quando é
o próprio Deus que revela ser o seu Filho, o
Salvador do mundo “ Este é o Meu Filho Amado, a
Ele ouvi” – Lucas 9.35.
O conceito da palavra “crente” tem-se banalizado.
Muitos são crentes em ídolos. (Para um grande
numero de pessoas, Maria – mãe de Jesus, é mais
importante que Aquele que deu Sua vida e verteu
seu precioso sangue para salvar os homens da
condenação eterna e perdoar os pecados de todos os
que reconhecem a Sua valorosa Obra sacrificial e
gratuita). Este tipo de crentes não tem lugar junto ao
Trono de Deus.
Outros crentes tem valores mais referenciáveis na
sua vida do que o nome de Jesus. O materialismo
tem-se apoderado das suas mentes por isso dão mais
importância ao que é temporal e presente, relegando
como secundário o que é espiritual em especial a
mensagem do Amor de Jesus Cristo. Não o recebem
como Senhor e Salvador, não encontram n’Ele a
virtude do Amor e Graça e esperam que as suas
obras de bem os livre de um futuro incerto. São
“crentes” com fé como os de Baal. Estes também
não terão a oportunidade de caminhar em ruas de
ouro e ser reis e sacerdotes.
A Bíblia, manual da sabedoria de Deus para os
homens, recorda que os demónios não são ateus ou
incrédulos em relação ás coisas de Deus. Eles
sabem muito bem que Deus existe. Sabem que Jesus
é o Salvador dos homens. E eles estremecem
perante tais afirmações. Tiago 2.19.
O Homem da nossa sociedade, não treme e não
sente temor… muitas vezes brinca e blasfema destas
verdades. No entanto existem outros que são mesmo
“crentes”. Crentes - como as esposas dos apóstolos
(1Cor. 9.5) ou como a mãe de Timóteo (Actos
16.1). Não sabemos que tipo de crentes eram estas
mulheres, mas eram crentes segundo o
entendimento bíblico porque assim são referidas na
Palavra de Deus e o Espírito do Senhor o
confirmou.
Mas, o desejo de Deus é que todos os que são seus
Filhos sejam crentes como o crente Abraão.
Este sim era um verdadeiro crente, porque nele
havia a primeira condição para ser um bendito de
Deus. Ele tinha e vivia com fé em Deus. Gálatas 3.9
garante “De sorte que os que são da fé são benditos
com o crente Abraão”.
Deus tem prazer naquele que tem fé n’Ele.
Vejamos as características da fé de Abraão:
1 – Era uma fé convicta de que Deus era Todo
Poderoso para realizar, a seu tempo, o cumprimento
de todas as suas promessas. Abraão não tinha
dúvidas quanto ao valor e poder da Palavras de
Deus.
2 – Era uma fé que o comprometia perante o
Criador desejando ser-Lhe obediente e esperar.
3 – Era uma fé que o responsabilizava para um
viver de reverência e temor a Deus.
4 – Era uma fé que declarava a confiança e
esperança em Deus.
É este tipo de crente que é desejado pelo Nosso
Senhor Jesus Cristo e por Seu Pai.
Deus quer que o crente acredite na Palavra e não
seja incrédulo em relação a ela. A Bíblia não é um
mero livro de histórias. É um livro que expressa a
vontade e o pensamento de Deus para a vida do
homem. É um livro que revela a verdade no
presente e do futuro. É através da Bíblia e com a
ajuda do Espírito Santo que o crente de Jesus
conhece as profundezas das virtudes, das riquezas e
da Gloria de Deus e a sua santidade, assim como a
incomensurável magnificência do Senhor da Vida e
o Poder da sua Palavra.
Deus quer que o crente ande em sua presença e seja
perfeito. Gen. 17.1. Para isso suceder necessita de
crer, ter fé, no que concerne ás palavras de Jesus e á
Palavra de Deus.
A Bíblia diz em Rom.10.17 –“A fé vem pelo ouvir e
o ouvir pela Palavra de Deus” - Como não há
duvida quanto á veracidade da inspiração da
Escritura, o crente precisa de ouvir a Palavra para
crescer na fé e agradar a Deus.
Jesus disse um dia “Eis que estarei convosco, todos
os dias, até á consumação dos séculos” – Mat.
28.20. Se Ele o diz, cumpre. E o crente tem
necessidade de sentir essa presença. Se assim o
fizer, a sua vida é uma vida de fé, obediência e
prazer espiritual.
Jesus também disse “Fazei discípulos… ensinandoos o guardar todas as coisas que vos tenho
mandado” Mat. 28.19-20. Isto implica obediência e
só um crente como Abraão o sabe fazer.
Deus quer que o crente reconheça na oração (feita
com entendimento) um verdadeiro tempo de
partilha com o seu Pai. Deus tem prazer que o
crente fale com Ele e o crente deleita-se em
conversar com Deus quando reconhece o seu Poder
e a sua provisão para todas as petições.
È Importante nos nossos dias a manifestação do
Poder de Deus através das orações dos crentes. O
problema coloca-se quando os crentes são
incrédulos nas suas orações, ao pedirem “se Tu
podes”…”se Tu queres” …
Não se deve esquecer que o seu poder é ilimitado!
O seu querer é santo! Muitas orações não têm
respostas porque o orador não exerce a fé no Poder
e na Vontade de Deus.
Vivendo os últimos dias da dispensação da Graça de
Deus temos necessidade de crentes na verdadeira
acepção da palavra, exercitando a sua fé com
sabedoria na certeza que Deus, segundo a Sua
vontade, com seu poder e a seu tempo, cumpre em
nós todo o bem para glorificação do seu Nome na
terra.
Notemos que Deus não tem prazer naquele que
dizendo-se ser parte integrante do seu Reino e da
sua família duvida do Poder do Pai.
“ O justo viverá da fé, mas se ele recuar a minha
alma não tem prazer nele” Heb 10.38.
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