"Ele lhes disse: Vinde vós, aqui à
parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam e
vinham, e não tinham tempo para comer. Então foram sós num barco para um lugar
solitário" (Marcos 6:31-32).
Descanso e restauração não constituem
luxo; são necessidades essenciais. Ficar a sós e descansar durante um período
não é egoísmo; é ser parecido com Cristo.
Pegar um dia de folga por semana, e
presentear-se com um período de férias relaxantes e revigorantes não é carnal;
é espiritual.
Nada há, absolutamente nada de
invejável ou espiritual em coronárias entupidas, ou nervos esfrangalhados.
Tampouco um programa ultra-ativo é, necessariamente, marca de uma vida
produtiva. Eu constantemente me lembro do antigo lema grego: "o arco que
está sempre flexionado acabará se quebrando."
Bem, como é que a coisa funciona em
sua vida? Vamos fazer uma breve apreciação. Faça uma pausa longa o suficiente
para você rever tudo, e refletir. Procure ser honesto ao responder às seguintes
perguntas, que talvez o magoem um pouco:
Estou gostando da maior parte de minhas atividades, ou apenas
estou tolerando-as?
Tenho engolido minhas refeições às pressas, ou venho dando
tempo suficiente para provar e usufruir o alimento?
Dou a mim mesmo permissão para um relaxamento, um momento de
lazer, para estar tranqüilo?
Será que as outras pessoas acham que estou trabalhando demais,
durante muitas horas, ou vivendo sob tensão? Sinto-me às vezes entediado e
muitas vezes preocupado?
Estou mantendo-me em forma, fisicamente? Considero meu corpo
importante o suficiente para seguir uma dieta alimentar, com exercícios
físicos regulares, sono suficiente, a fim de eliminar o excesso de peso?
Como está meu senso de humor?
Está Deus sendo glorificado pelo esquema que estou seguindo...
ou será que ele fica apenas com as sobras de minhas energias?
Aproximo-me perigosamente do ponto em que vou estar exausto,
totalmente "desanimado"?
Dureza, não? Mas haveria uma ocasião
melhor do que agora mesmo para você fazer uma pequena avaliação? Se for necessário,
introduza modificações, uma pequena re-estruturação em sua vida.
Podemos aprender uma lição com a
natureza. Após a colheita sempre se segue um período de descanso; a terra
precisa de algum tempo para renovar-se. A produção constante, sem restauração,
esgota os recursos e, na verdade, diminui a qualidade do produto.
Atenção, grandes realizadores e
viciados no trabalho! Tomem cuidado! Se o alarme em seu painel interior mostra
a luz vermelha piscando nervosamente, é que você está carregando um fardo
demasiado pesado, longe demais e rápido demais. Se você não diminuir a marcha,
vai lamentar-se... e vão lamentar-se os que o amam.
Se você tiver a coragem de dar o fora
desse beco sem saída e realizar as mudanças necessárias, será sábio.
Entretanto, quero adverti-lo quanto a três barreiras que você vai enfrentar
imediatamente.
Primeira barreira: a falsa culpa. Ao dizer "não" às pessoas a quem você costumava dizer
"sim", você vai passar a sentir umas agulhadas de culpa. Despreze-as!
Segunda: hostilidade e incompreensão da parte dos outros. A maioria das pessoas não vai entender suas novas decisões no sentido de
diminuir o ritmo, de modo especial os que se encontram no barco que vai
afundando, do qual você acaba de pular fora. Não há problema! Mantenha suas
decisões.
Terceira: você se defrontará com perspectivas pessoais dolorosas. Não podendo preencher cada momento livre com algum tipo de atividade,
você começará a ver seu verdadeiro eu, e não vai gostar de algumas coisas que
vai notar, coisas que antigamente contaminavam sua vida agitada.
Entretanto, dentro de um período
relativamente curto de tempo, você dobrará a esquina e estará na estrada que o
conduzirá a uma vida mais sadia, mais livre e mais plena de realizações. Mais
do que tudo, sua busca de caráter voltará aos trilhos corretos.
É óbvio que toda esta conversa sobre
descanso e restauração vital, tomada de tempo para repouso e relaxamento, pode
ser levada a um extremo ridículo. Estou bem ciente disso. Contudo, para cada
pessoa que decide emigrar para esse extremo, e ali enferrujar, há milhares de
outras que se empenham numa batalha feroz contra a exaustão. Nenhum desses
extremos é correto; neste ou naquele, estamos errados.
Meu desejo é que todos permaneçamos
no ponto da sabedoria. No equilíbrio. Com a mente certinha. Com boa saúde. Na
vontade de Deus.
Como está você?
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