O
comando de Paulo em 1 Tessalonicenses 5:17: “Orai sem cessar” pode ser bastante confuso. Obviamente, não pode
significar que devemos estar com uma postura de cabeças baixas e olhos fechados
o dia todo.
Paulo
não está se referindo a falar sem parar, mas uma atitude de consciência da
presença de Deus e de render a Ele tudo o que fazemos, o tempo todo.
Todo
momento que estamos acordados deve ser vivido com a consciência de que Deus
está conosco e está ativamente envolvido em nossos pensamentos e ações.
Quando
nossos pensamentos se voltam à preocupação, medo, desencorajamento e ira,
devemos conscientemente e rapidamente tornar todo pensamento em oração e toda
oração em ação de graças.
Em
sua carta aos Filipenses, Paulo nos comanda a não mais sermos ansiosos, mas
pelo contrário: “Não andeis ansiosos de
coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas
petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (4:6). Ele
ensinou os crentes de Colossos a perseverarem “na oração, vigiando com ações de graças” (Colossenses 4:2).
Paulo
exortou os crentes da igreja de Éfeso a enxergarem oração como uma arma para
ser usada em batalhas espirituais (Efésios 6:18).
O
famoso pregador do século 19, Charles Spurgeon, descreveu a vida de oração de
um Cristão ao dizer: “Como os cavaleiros da antiguidade, sempre em batalha, nem
sempre em seus cavalos avançando com suas lanças contra o seu adversário para
fazê-lo cair do cavalo, mas sempre usando as armas que podiam alcançar....
Aqueles cavaleiros deprimidos geralmente dormiam em suas armaduras; então, até
mesmo quando dormimos, ainda sim devemos estar no espírito de oração, para que
se por acaso acordarmos de noite, ainda estaremos com Deus”.
Durante
o percorrer do dia, oração deve ser a nossa primeira resposta a toda situação
atemorizante, a todo pensamento ansioso, a toda tarefa indesejada que Deus
comanda.
John
MacArthur adverte que a falta de oração vai fazer com que paremos de depender
da graça de Deus e passemos a depender de nós mesmos.
Orar sem
cessar é, em essência, dependência da comunhão com o Pai.
Para
os Cristãos, oração é como respiração. Você não tem que pensar para respirar
porque a atmosfera exerce pressão nos seus pulmões e o força a respirar. Por
isso é mais difícil prender a respiração do que respirar. Semelhantemente,
quando nascemos de novo e passamos a fazer parte da família de Deus, entramos
em uma atmosfera espiritual onde a presença e graça de Deus exercem pressão, ou
influência, nas nossas vidas. Oração é a resposta normal a essa pressão.
Como
crentes, temos entrado na atmosfera divina para respirar o ar da oração. Só
então podemos sobreviver na escuridão desse mundo.
Infelizmente,
muitos crentes prendem sua respiração espiritual por muito tempo, achando que
breves momentos com Deus são suficientes para sobreviverem. No entanto, tanta
restrição do influxo espiritual é causada por desejos pecaminosos.
O
fato é que todo crente deve estar continuamente na presença de Deus e
constantemente respirando Suas verdades para serem completamente funcionais. Porque
fazemos parte de uma sociedade livre e próspera, é mais fácil para os Cristãos
se sentirem seguros ao presumir – ao invés de depender – da graça de Deus.
Muitos
crentes ficam satisfeitos com as bençãos físicas e têm pouco desejo por bençãos
espirituais. Ao se tornarem tão dependentes dos seus recursos físicos, eles
acham que pouco precisam dos recursos espirituais.
Quando
programas, métodos e dinheiro produzem resultados impressionantes, há uma
inclinação para confundir sucesso humano com benção divina.
Cristãos
podem na verdade se comportar como humanistas, vivendo como se Deus não fosse
necessário. Quando isso acontece, desejo ardente por Deus e necessidade de Sua
ajuda vão estar faltando, assim como o Seu poder. Por causa desse grande – e
comum – perigo, Paulo encorajou os Cristãos a orar “em todo tempo” (Efésios 6:18) e a perseverar na oração
(Colossenses 4:2).
Oração
contínua, persistente e incessante é uma parte fundamental da vida Cristã que
tem sua origem na dependência em Deus.
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