Papel de parede volta de Jesus
"ENTREGA TEU CAMINHO AO SENHOR, CONFIA NELE E O MAIS ELE FARA".
SALMOS 37.5

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Esmirna, a igreja confessante e mártir

22 de Abril de 2012

TEXTO ÁUREO
Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10c).
A cidade de Esmirna gabava-se de sua fidelidade a Roma, agora sua fidelidade deve ser à Cristo (Mt 24.13).

VERDADE PRÁTICA

Nada poderá calar a Igreja de Cristo, nem a própria morte


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Apocalipse 2.8-11

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·Identificar as principais características da igreja de Esmirna (confessante e mártir).
·Descrever como Jesus se apresentou à igreja de Esmirna.
·Saber as condições da cidade de Esmirna.

Palavra Chave
Mártir: (Gr. Μάρτυς, "testemunha”). Quem é submetido a suplícios ou à morte, pela recusa de renunciar os seus princípios; Aquele que preferiu morrer a renunciar à fé, à sua crença.
COMENTÁRIO
(I. introdução)
“ESMIRNA’’ significa ‘’AMARGURA OU SOFRIMENTO’’. Esta palavra corresponde à substância MIRRA, que tornou-se símbolo da morte do Senhor (Jo 19.30). Esta igreja nos oferece um paradoxo: Esmirna era uma cidade rica e opulenta, mas a igreja era pobre e padecia das mais sórdidas calúnias e perseguições. Não obstante isso, era rica espiritualmente (“Mas tu és rico,” — v.9). Sofria perseguição pelos que se diziam judeus, mas aos olhos daquele que tudo vê, apreciada e elogiada. A perseguição jamais cessou, ela continua impiedosa, quer culturalmente, quer institucionalmente. No caso da Igreja de Esmirna Deus permitiu uma tribulação de dez dias: Ele determinou um tempo bem curto de permissivo sofrimento, pois Deus não nos deixa vir lutas e sofrimentos que não possamos suportar (I Co 10.13). Compartilhemos o testemunho de Esmirna. Mesmo pressionada pelo inferno, soube como manter-se nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Boa aula!
(II. desenvolvimento)
I. ESMIRNA, UMA IGREJA MÁRTIR
1. Esmirna, uma cidade soberba. Esmirna (Gr. Σμύρνη/Smýrni), atua Izmir, situada no sudoeste da atual Turquia, na região do Mar Egeu, a 56 quilômetros ao norte de Éfeso. Atualmente, é a terceira maior cidade da Turquia. A cidade conta mais de cinco mil anos de história, sendo uma das cidades mais antigas da bacia do Mediterrâneo. A cidade original foi estabelecida por volta do terceiro milênio a.C., quando compartilhou com Tróia a cultura mais importante da Anatólia. Ela era a mais esplêndida das sete cidades, e o orgulho da Ásia e era também afamada por seu porto e pela mirra que produzia. Utilizada na conservação de cadáveres, a essência era obtida espremendo-se a madeira da commiphora myrrha. Nesta cidade, desenvolveu-se a adoração ao Imperador, e os crentes dali sofreram imensamente por recusarem prestar culto a César. Durante o domínio romano, tornou-se um centro de idolatria oficial, conhecida como Guardiã do Templo (Gr. neokoros). Foi a primeira cidade da Ásia a construir um templo para a adoração da cidade (deusa) de Roma (195 a.C.). Em 26 d.C., foi escolhida como local do templo ao imperador Tibério. Na condição de centro religioso, em Esmirna eram adorados os deuses Cibele, Apolo, Asclépio, Afrodite e Zeus. Foram descobertas imagens, na praça principal da cidade, de Posêidon (deus grego do mar) e de Deméter (deusa grega da ceifa e da terra). Na época do Novo Testamento, Esmirna provavelmente tinha uma população de aproximadamente 100.000 habitantes. Por ser um porto excelente, facilitando o comércio entre a Ásia e a Europa, era uma cidade próspera.
2. A igreja em Esmirna. Informa Lucas que, durante o período em que Paulo ficou em Éfeso, na sua terceira viagem evangelística, “todos os habitantes da Ásia” ouviram o evangelho de Jesus (At 19.10). Pedro incluiu os eleitos e forasteiros da Ásia entre os destinatários de sua primeira carta (1Pe 1.1). É bem possível que a igreja em Esmirna, esteja incluída nestas citações. Mas, a primeira vez que ela é identificada por nome é nas citações no Apocalipse. Por isso, não temos informações específicas sobre esta igreja, além dos quatro versículos desta carta ao anjo da igreja em Esmirna. O pouco que sabemos é positivo. Esta carta elogia e encoraja, sem oferecer nenhuma crítica dos cristãos em Esmirna. Um dos mais notáveis bispos de Esmirna foi Policarpo (69-155 d.C). Diante do carrasco romano, não negou a fé em Cristo.Policarpo de Esmirna (c. 69 — c. 155) bispo de Esmirna no segundo século. Morreu como um mártir, vítima da perseguição romana, aos oitenta e seis anos. É reconhecido um dos grandes Pastores Apostólicos, ou seja, pertencia ao número daqueles que conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo entre a Igreja primitiva e a igreja do mundo greco-romano. Policarpo foi ordenado bispo de Esmirna pelo próprio João. Com a perseguição, o bispo de 86 anos, escondeu-se até ser preso e levado para o governador, que pretendia convencê-lo de negar a Cristo. Diz a história que no ano 155, em Esmirna, o procônsul romano, Antonino Pio, e as autoridades civis tentaram persuadi-lo a abandonar sua fé em sua avançada idade, a fim de alcançar sua liberdade. Policarpo, porém, proferiu estas palavras: "Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido Dele. Como poderei negar Aquele a quem prestei culto e rejeitar o meu Salvador?" […] Ameaça-me com fogo que queima por um momento e logo se extingue, pois nada sabes do julgamento que virá e do fogo da punição eterna reservada para os perversos. Mas, por que te demoras? Faze o que desejas”[1].
3. Esmirna, confessante e mártir. A igreja em Esmirna era confessional e mártir. Em Esmirna, os crentes eram dolorosamente esmagados sob as rígidas cláusulas da lei romana. Eram arrancados de suas casas, capturados nas feiras livres e levados cativos. César jogava toda a força de seu poderoso império sobre esta pequena igreja. E muitos desses santos já haviam selado seus testemunhos com o próprio sangue. Professando a Cristo, demonstrava estar disposta a sustentar-lhe o testemunho até o fim; sua fidelidade ao Senhor era inegociável (Ap 2.10). Em 81 d.C, assume o poder o mais cruel e insano dos imperadores, Domiciano, e logo inicia uma segunda onda de perseguição contra os cristãos, esta que é aquela perseguição a que Jesus se refere na carta à Esmirna.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A natureza da igreja de Esmirna era ser confessante e mártir. Professando Cristo, estava disposta a testemunhá-lo até a morte.
II. APRESENTAÇÃO DO MISSIVISTA
Esmirna era uma igreja pobre e perseguida localizada em uma bela cidade de grandeza comercial e opulência, com uma grande população judaica. Para os cristãos, adorar a César era uma traição ao Rei dos reis. [...] Ao invés de declarar: ‘César é Senhor’, os primeiros cristãos bravamente confessavam: ‘Cristo é Senhor!’ Como resultado, passou a Igreja a sofrer dolorosamente. A essa igreja ameaçada, apresenta-se Jesus como a própria eternidade: “Isto diz o Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu” (Ap 2.8). Nem a morte pode separar-nos do amor de Deus (Rm 8.35).
1. O Primeiro e o Último. Primeiro (Gr. Protos; superlativo de pros: antes de, acima de), significando “o primeiro de todos” - em tempo, lugar, ordem e importância. Último (Gr. Eschatos, o extremo mais distante, com sentido de lugar e tempo). A expressão grega ho prótos kai ho eschatos, o Primeiro e o Último, com referência ao Messias glorificado, encerra o sentido de eternidade. Seu equivalente é o termo Alfa e Ômega de 1.8; a primeira e a última letras gregas, declaram que Deus é tudo, de A a Z, tem o controle sobre a história, seu poder é absoluto (Is 44.6). Ele é Alfa (Criador) e Ômega (aquele que introduz no novo céu e nova terra). Seu senhorio é latente no passado, no presente e no futuro, como sugerido pelo “que é... que há de vir” (Rm 8.18-25).
2. Esteve morto e tornou a viver (Ap 2.8). Quase igual a afirmação de 1:18, esta frase destaca a vitória sobre a morte na ressurreição. Na situação dos discípulos de Esmirna, encarando perseguições difíceis, seria especialmente importante lembrar da ressurreição de Jesus. O Senhor deles não fracassou diante da morte; ele a venceu! Eles, sendo fiéis, teriam a mesma esperança.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Jesus Cristo apresentou-se à igreja de Esmirna como o Primeiro e o Último; o que esteve Morto e Reviveu.
III. AS CONDIÇÕES DA IGREJA EM ESMIRNA
1. Tribulação (Ap 2.9). O Cristo glorificado passeia pelo meio dos candeeiros, viu o sofrimento de seus seguidores e da mesma maneira que ele se compadeceu dos angustiados na terra durante o seu ministério (veja Marcos 1:41), ele olhou com compaixão para aqueles que sofriam em Esmirna. Mesmo assim, ele não os poupou de toda a dor (2.10). A palavra “tribulação”, aqui, significa pressão que vem de fora. A palavra tribulação (Gr. thlipsis), significa esmagar um objeto, comprimindo-o. Descreve a vítima sendo esmagada, e seu sangue, extraído. Descreve pessoas esmagadas até a morte por uma enorme pedra. Também descreve a dor duma mulher ao dar à luz a filhos. Deus permitiu uma tribulação de dez dias, ou seja, Ele determinou um tempo bem curto de permissivo sofrimento, pois Deus não nos deixa vir lutas e sofrimentos que não possamos suportar (ICo 10.13).
2. Pobreza. Se Laodiceia de nada tinha falta, Esmirna carecia de tudo. O próprio Senhor reconhece-lhe a extrema pobreza: “Conheço a tua (...) pobreza” (Ap 2.9). Apesar de morarem numa cidade próspera, os crentes de Esmirna eram materialmente pobres , talvez em virtude da fé abraçada, fossem alvo de discriminação, e assim se tornaram pobres. É bem possível, também, que tivessem sacrificado seus recursos em prol do evangelho, como os macedônios fizeram para ajudar os irmãos necessitados alguns anos antes (2Co 8.1-9). Mas a pobreza material não tem importância quando há riqueza espiritual. Complementa o Cristo: “Mas tu és rico”. Sim, ela era rica, pois fora comprada por um elevadíssimo preço: o sangue de Jesus (1 Pe 1.18,19).
3. Ataques dos falsos crentes. “...e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás” (Ap. 2:9). A pergunta nesse texto é “QUEM SÃO ESSES JUDEUS?’’ Cremos que não sejam simplesmente o povo da Judéia ou os da raiz de Judá, mas também uma classe de pessoas religiosas e legalistas. Esses estão sempre no meio da Igreja tentando de alguma maneira atrapalhar a liberdade que nos é concedida na graça de Deus. Os tais estão sempre inventando alguma doutrina para tirar a paz e o sossego do irmãos, jogando uns contra os outros. Vemos claramente esses judeus atuando nos dias de hoje, arvorando assim: “Jesus já nos libertou com seu sacrifício na cruz, mas se você continuar desobedecendo o Sábado e comendo carne de porco vai ser aniquilado”; “Você minha irmã se continuar aparando as pontas do cabelo vai acabar indo para o inferno”; “Jesus nos deu poder, mas você tem que espalhar sal grosso pela sua casa se não o demônio não vai embora”. Essas e muito mais estão sendo espalhadas por ai, colocando julgo sobre as pessoas, impedindo-as de serem felizes na Graça do Senhor. Leiamos: “Se morrestes com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies (as quais coisas todas hão de perecer pelo uso), segundo os preceitos e doutrinas dos homens? As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne (Cl 2.20-23). O Senhor declara que esses legalistas são da sinagoga de satanás e nos orienta a ficar longe deles. A declaração “Sinagoga de satanás” é dita pelo fato do desprezo que esses legalistas demonstram pela Graça (favor imerecido vindo da parte de Deus), jogando-a. Sabemos que a obra da cruz é a maior obra já realizada em favor do homem, sendo que o mesmo já não precisa fazer mais nada para ser salvo, só aceitar o que já está feito: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). [Prof. João Flávio Martinez - http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=1176&menu=7&submenu=3].
4. Os crentes em prisão. O conforto oferecido por Jesus não é o livramento do sofrimento. Ele anima os discípulos em Esmirna a não desistirem por causa das tribulações que viriam logo. Covardes não têm esperança em Cristo (Ap 21.8). Pessoas que fogem da sua responsabilidade diante de Jesus por medo de sofrer não são dignas da comunhão com ele. Pessoas que ensinam que o servo fiel será próspero e livre de sofrimento nesta vida não acreditam nas palavras que Jesus mandou à igreja em Esmirna! O efeito da tribulação seria o de provar a fé desses cristãos. A sua lealdade a Cristo seria testada sob ameaças de morte. Mas a perseguição não continuaria para sempre.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
As condições humanas da igreja de Esmirna eram de tribulação, pobreza material e ataques caluniosos de falsos crentes.
(III. conclusão)
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”; Como em todas as cartas às igrejas, Jesus chama os destinatários a ouvirem a sua mensagem. Aqueles que permanecem fiéis diante das perseguições são vencedores com Cristo e de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte (20.6,14; 21.8). Aqueles que afrontam a Igreja podem até causar a primeira morte, mas os fiéis não sofrerão a segunda morte (Mt 10.28). Além das perseguições pelos judeus, a igreja de Esmirna enfrentava uma ameaça mais organizada e mais poderosa: a idolatria oficial, juntando a religião à força do governo. Somente os que conhecem a natureza da segunda morte não temem as angústias da primeira. “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18).

Subsídio para o Professor 

INTRODUÇÃO
Nesta lição, obteremos informações históricas a respeito de uma das sete cidades da Ásia - Esmirna.
Analizaremos o significado do seu nome, sua localização, população e religião. Veremos ainda como o evangelho chegou a ela, qual o principal pastor que apascentava aquela igreja e o seu perfil espiritual aos olhos de Cristo. Por fim, destacaremos pormenorizadamente as exortações feitas aos cristãos provados daquela igreja, quanto aos sofrimentos que ainda estavam por vir e a recompensa que Cristo lhe prometeu se permanecessem fiéis até a morte.
I - CONTEXTO HISTÓRICO DA CIDADE
É necessário destacar aqui algumas informações à respeito da cidade de Esmirna, a fim de compreendermos melhor a mensagem de Cristo a ela dirigida. Vejamos algumas:
1.1 Nome: O nome “Esmirna” significa “mirra”, uma substância amarga, porém, extremamente odorífera, usada como perfume e muitas vezes para unção de cadáveres para propósitos aromáticos. Atualmente ela é chamada Izmir. Esta cidade desenvolveu-se até tornar-se uma das mais prósperas cidades da Ásia Menor, ao ponto de ser chamada de Coroa da Ásia. Sob o domínio do Império Romano era famosa por seu esplendor e pela magnificência de seus edifícios públicos, e era um centro de ciência e medicina;
1.2 Localização: Esmirna é uma cidade da província romana da Ásia, e está a 80 km ao noroeste de Éfeso, na praia do mar Egeu, dentro da atual Turquia Asiática;
1.3 População: No tempo que o apóstolo João escreveu esta carta, a cidade de Esmirna contava com uma população de duzentos e cinquenta mil habitantes, aproximadamente;
1.4 Religião: A idolatria estava presente na cultura da cidade, pois havia um rio chamado Meles, que era adorado em Esmirna. E, como colônia de Roma, praticava-se ali o culto ao imperador.

II- COMO ERA A IGREJA DE ESMIRNA
Conformepodemos entender do segundo tratado de Lucas, o médico amado, oevangelho provavelmente chegou a Esmirna quando Paulo vinha de Éfeso:“Edurou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os quehabitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeuscomo gregos”(At 19.10). Portanto, Esrmina é uma das sete igrejas da Ásia, aquem Jesus Cristo enviou uma carta por intermédio do apóstolo Joãoa fim de transmitir-lhe uma mensagem específica (Ap 1.4,11). QuandoJoão escreveu a igreja de Esmirna, Jesus revelou-lhe o seu estado.Vejamos o que ele disse:
2.1O remetente. Antesde tecer comentários sobre a igreja que estava em Esmirna, JesusCristo, o remetente da carta, se revela de uma forma bem especial,dizendo: “Eao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiroe o último, que foi morto, e reviveu”(Ap 2.8). O Mestre mostra para a sua igreja que como Deus, Ele éEterno (o primeiro e o último) e, como homem, é imortal: (foimorto, e reviveu);
2.2Aoanjo da igreja”.Provavelmente o anjo, ou seja, o pastor desta igreja pode estarindicando uma referência a pessoa de Policarpo; esse pastor nasceuem (69 d.C.), e morreu em (155 d.C.). Segundo registros históricos,ele foi discípulo do Apóstolo João, homem muito consagrado e o“principal pastor” da igreja de Esmirna durante o exílio de Joãoem Patmos. Ele foi martirizado ao ser levado perante o governador einstado a negar a sua fé e o nome de Jesus, mas ele respondeu:“oitentae seis anos o servi, e somente bens recebi durante todo tempo. Comopoderia agora negar ao meu Senhor e Salvador?”(HURLBUT, p. 65). Policarpo foi queimado vivo;
2.3Eusei”. EmboraJoão, o escritor da carta, não estivesse presente no dia a dia daigreja, o Senhor estava. Pois ele identifica-se, como “aqueleque anda no meio dos sete castiçais de ouro”(Ap 2.2), como ele mesmo prometeu (Mt 18.20), por isso para todas assete igrejas da Ásia ele diz: “Eusei“.Ele começou a relatar o perfil da Igreja, pois Ele é onisciente(tem todo conhecimento);
2.4Astuas obras”. Aexpressão “obra” do grego “ergon”significa:trabalho, ação, ato. É extremamente importante ressaltar que ocristão não é salvo pelasobras (Ef2.8,9), no entanto é salvo paraas obras (Ef2.10). O apóstolo Paulo ensinou que somos justificados pela fé (Rm5.1), porém Tiago também ensinou que a fé sem obras é morta (Tg2.17).
Semdúvida alguma, não existe contradição em ambas as declarações.Muito pelo contrário, elas se completam perfeitamente. Afinal decontas, um verdadeiro cristão que crê no Senhor Jesus Cristo,demonstra sua verdadeira fé com obras. Tal qual Abraão que primeirocreu e isso lhe foi creditado como justiça (Gl 3.6), mas queaperfeiçoou a sua fé quando obedeceu à voz de divina (Tg 2.22-24);
2.5“E tribulação”. Nogrego, o termo tribulação, é “thlipsis”que significa “pressão”, derivado de “thlibo“,que tem o sentido geral de “pressionar”, “afligir”. Jesus nãoera insensível as perseguições que os cristãos daquela igrejaestavam enfrentando, tanto externas (por meio dos romanos), quantointernas (pelos que se diziam judeus). Tal como a mirra, que comovimos tem sabor amargo, porém é cheirosa. Os crentes de Esmirnaestavam experimentando a amargura da tribulação (Ap 2.9), todavia,seu testemunho era como um bom perfume que exalava às narinas deDeus (Ap 2.10);
Afinalde contas o sofrimento na vida cristã testa a qualidade da nossa fécomo o ouro que o fogo prova: “Paraque a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro queperece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória,na revelação de Jesus Cristo”(I Pe 1.7);
2.6 “E pobreza, mas tu és rico”. Os crentes de Esmirna eram pobres, não por falta de trabalho, mas devido às perseguições que sofriam. Suas propriedades e bens foram confiscados pelo poderio romano, e além de tudo, esses servos de Deus, ainda sofriam encarceramento, por se oporem ao paganismo presente na cidade. No entanto, está declarado na confissão de Cristo, que eles eram ricos. Podemos nos perguntar: em que? Nas riquezas espirituais. Eles eram de fato ricos: nas obras, na fé, na oração, no amor não fingido, na leitura da Palavra de Deus. Estas coisas diante de Deus, se constituem, do ponto de vista do cristianismo as riquezas da alma (Mt 6.20; 1Tm 6.17-19).
III - EXORTAÇÕES E PROMESSAS FINAIS
Podemos perceber nas palavras dirigidas por Jesus a igreja de Esmirna que ela, tanto como a igreja de Filadélfia não receberam nenhuma reprovação. No entanto, mesmo sendo elogiada, foi exortada a manter-se fiel (Ap 2.10). Por fim, Cristo lhe faz promessas consoladoras a fim de recompensar aos que vencerem (Ap 2.10,11). Vejamo-nas detalhadamente:
3.1 Cristo prevê que um sofrimento maior estava por vir. Podemos perceber claramente na declaração de Cristo que apesar da igreja estar sofrendo no presente: “eu sei a tua tribulação“, estaria também enfrentando um sofrimento futuro, no entanto, foi estimulada a não temer: “Nada temas das coisas que hás de padecer” (Ap 2.10). Na verdade, Jesus nunca prometeu uma vida isenta de dores e provações aos seus discípulos (Jo 16.33), muito pelo contrário, sempre advertiu que os que seguissem deveriam levar a cruz (Mt 16.24). Porém, Ele prometeu estar conosco em todo tempo: “e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20-b);
3.2 Cristo prevê qual seria o tipo de sofrimento. O texto nos fornece a informação de quem estava por trás da perseguição e qual seria o sofrimento experimentado pelos cristãos de Esmirna: “Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10). As perseguições promovidas pelos romanos àquela igreja, com a ajuda dos judeus (os que se dizem), foram obras de Satanás. Sob alegação de que os cristãos de Esmirna estavam “traindo” o imperador, houve um encarceramento em massa, e a seguir o imperador ordenou o martírio de muitos daqueles. Segundo historiadores, em uma só catacumba de Roma foram encontrados os remanescentes ósseos de cento e setenta e quatro mil cristãos, aproximadamente;
3.3 Cristo prometeu galardoar os vencedores. Todo o sofrimento e provação que aqueles fiéis seguidores de Cristo, estavam enfrentando, segundo o próprio Jesus, teriam uma recompensa: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10). Assim como Cristo usou a coroa de espinhos (Mt 27.29) e depois a coroa de glória (Hb 2.9).
Semelhantemente, os cristãos passariam pelo sofrimento para depois receberem dele a coroa, prometida a todos aos que o amam (Tg 1.12). Esta esperança também ardia no coração do apóstolo Paulo (II Tm 4.8). A expressão “coroa” do grego “sthepanos” diz respeito a um prêmio ou recompensa dado como símbolo de triunfo nos jogos ou competições. A Escritura denomina esta recompensa de coroa da vida (Ap 2.9); coroa da justiça (II Tm 4.8); coroa de glória (I Pe 5.4). Por isso, os cristãos foram incentivados a resistirem o pecado até a morte, cientes de que, o verdadeiro prejuízo não era a morte física, mas a espiritual, da qual eles já estavam livres, pelo sacrifício de Cristo: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”. (Jo 5.24).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, a cidade de Esmirna desfrutava de uma grande prosperidade material; no entanto a igreja de Cristo naquele lugar, por se opor as práticas pagãs, sofria: pobreza, perseguição e até morte. Isto fez com que Jesus lhes enviasse uma pequena carta, a menor em comparação com as outras, porém, grande em conteúdo, pois confortava aqueles cristãos que, apesar de pobres, eram ricos; mesmo perseguidos deveriam permanecer fiéis; e ainda que morressem, morreriam apenas fisicamente, pois seriam vencedores dignos da coroa da vida (Ap 2.11). Que possamos ter estes cristãos como um exemplo de que, mesmo passando por grandes sofrimentos, por amor a Cristo, devemos permanecer firmes e inabaláveis, imitando a perseverança do nosso Senhor, que pelo gozo que lhe estava proposto tudo suportou (Hb 12.2).
Bibliografia:
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