Em 1 Pe. 2. 9 observa-se que Pedro utiliza alguns títulos que antes pertencia ao antigo povo de Israel:
- Geração eleita (Is. 43. 20) – O termo grego é genos que indica raça e descendência comum. A igreja possui uma descendência comum já que experimentaram o novo nascimento;
- Sacerdócio real (Êx. 19. 6) – O termo no grego é régios, ou seja são sacerdotes da família real. No v. 5 Pedro já tinha chamado assim a igreja;
- Nação Santa (Êx. 19. 6) – O termo grego é laos que indica povo, nação. A igreja é considera uma nação santa, pois, quando se aceita a Jesus como Salvador se está separado do mundo;
- Povo adquirido (Is. 43. 21) – No original diz literalmente um povo para a possessão. A igreja de Deus foi adquirida por Ele para a salvação eterna.
É preciso entender que a Igreja não substituiu Israel, de forma alguma. Champlin diz: “Israel continua existindo, a respeito da rejeição ao Messias, por parte da nação terrena de Israel. O senhor ainda não os abandonou de todo, entretanto, mas antes, eventualmente reverterá o erro que cometeram”.
A Igreja é Israel também conhecida como Movimento de Identidade ou Restauração foi na verdade iniciada na Idade Média com o pensamento de que a Igreja Católica se achava o novo Israel e Roma seria Jerusalém. Com isso a Igreja Católica acreditava que devia conquistar a terra prometida já que agora ela seria o novo Israel foi assim que iniciou as Cruzadas. Dave Hant no seu livro, Jerusalém: Um cálice de Tontear, diz que esses homens que querem as promessas que Deus fez a Israel jamais sugerem que a Igreja também herdou as maldições que os profetas lançaram sobre Israel.
É preciso entender que a Igreja é Israel no sentido alegórico e não literal, porque como afirmou Champlin Israel continua existindo e Jesus pretende reverter o erro que cometeram. Ora, quando a Bíblia diz que a Igreja tem uma terra prometida não está se falando de Canaã, mas do céu e quando é Canaã está se referindo da Canaã espiritual, o céu. Muitas pessoas pegam textos relacionados a Israel, como quando Deus prometeu a eles que onde colocarem o pé o Senhor dará por herança esquecendo que é necessário um contexto para se aplicar esse texto. A verdadeira Igreja é celestial, não terrena e nenhuma terra no mundo jamais foi prometida a ela.
Dave Hant diz:
“A principal promessa a Israel para os últimos dias é que ele será reunido dentre as nações onde Deus o espalhou para morar novamente na terra prometida [...] A Igreja jamais foi expulsa de qualquer terra, e jamais recebeu a promessa de que voltaria a terra de onde foi lançada fora, como Deus prometera a Israel”.
Jesus em Mt. 22 faz uma viaje escatológica e explica que a parábola é todo o acontecido até o tempo da Igreja. Observe que Ele destaca três grupos de servos, o primeiro significa os profetas enviados por Deus para anunciar a vinda do Messias, mas essas mensagens sempre foram rejeitadas pelos “convidados especiais para a festa”, Israel. O profeta Isaías já vaticina no 53. 1, quando diz: “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?”. Jesus em Mt. 23. 37, diz:
“Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!”.
O segundo significa o próprio Cristo. Se antes os profetas anunciavam dizendo que viriam um que libertaria Israel, agora Jesus usa o pronome “eu” para dizer que já está aqui. Ele usa do texto de Isaias 61. 1:
“O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar as boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisões aos presos”.
Se os profetas diziam: Aí vem! Jesus diz que era o caminho, a verdade e a vida (Jo. 14. 6), que era a água da vida (Jo. 4. 13), que era o pão da vida ( ). Porém a parábola diz que os convidados, ou seja, os judeus não deram ouvidos, pelo o contrário pegaram-no, açoitaram-no e o mataram. Em Jo. 1. 11 a Bíblia diz que Jesus veio para o que era seus (Israel), contudo os seus não o recebeu. Jesus foi então maltratado e morto na cruz do Calvário. E, segundo a parábola, o rei mandou atear fogo na cidade e foi o que aconteceu no ano 70 d.C. quando as tropas romanas marcharam em direção a Jerusalém atearam fogo na cidade.
O terceiro grupo de servos é a Igreja de Deus. O rei agora manda irem às ruas, vielas, esquinas, ou seja, agora não há mais judeu nem grego (Cl. 3. 11) e se Jo. 1. 11 Jesus veio para o que era seu (Israel) no v. 12 ele diz que agora todos quantos o receberem serão feito filhos de Deus.
Portanto, agora é a vez da Igreja de Deus se prontificar e cumpri o seu papel na terra até que ele venha, porque é sabido que o seu trabalho não é vão no Senhor. “[...] para que anuncieis as virtudes daqueles que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;”. (1 Pe. 2. 9b).
U.B.E
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