Muita gente anda curiosa com a profusão de notícias sobre arqueologia bíblica que estão sendo publicadas nos últimos dias, mas é importante esclarecer que se trata apenas de uma feliz coincidência.
É que, sabe-se lá por quê, vários achados foram divulgados nos últimos dias, como a inscrição mais antiga de Jerusalém, a esfinge de 4.500 anos que estava em Israel, e o Tabernáculo de Siló.
Obviamente, todos eles estão sujeitos a maiores averiguações que já estão sendo levadas a cabo, assim como deverá causar muita polêmica a notícia divulgada em 18 de julho de 2013 pela Autoridade Israelense de Antiguidades.
O órgão israelense anunciou que escavações que acontecem na região das planícies do país (conhecida como Sefelá), desenterraram duas grandes construções que seriam datadas do século X a.C., período do reinado de Davi.
Os arqueólogos da Universidade Hebraica que lideram o trabalho disseram que passaram sete anos trabalhando no local denominado Khirbet Qeiyafa, que corresponde a uma cidade fortificada dos primórdios de Israel, referida na Bíblia como Saraim (Josué 15:36, 1ª Samuel 17:52, 1ª Crônicas 4:31).
Os pesquisadores Yossi Garfinkel (da Universidade Hebraica) e Saar Ganor (da Autoridade Israelense de Antiguidades) garantem que um dos edifícios encontrados seria um dos palácios do rei Davi, e o outro seria uma espécie de enorme celeiro real.
O que levou os arqueólogos a essa conclusão (que alguns estudiosos já consideram precipitada) são as enormes dimensões das estruturas encontradas, que incluem seções específicas para postos administrativos, ferreiros e ceramistas, além de restos de alabastro que teria sido importado do Egito.
O local ainda teria proeminência na gigantesca planície que o circunda, o que lhe dava uma privilegiada visão à distância, desde o Mar Mediterrâneo no Oeste até as colinas de Jerusalém ao Leste.
Infelizmente, além dos danos causados por todas as batalhas históricas entre os reinos e impérios que dominaram a região ao longo dos séculos, quase todo o suposto palácio foi destruído 1.500 anos depois de Davi e Salomão, por uma fortaleza construída no período do Império Bizantino.
Apesar da notícia aparentemente espetacular, é preciso ter muito cuidado antes de confirmá-la peremptoriamente, como acontece com toda descoberta que envolve a arqueologia bíblica.
Aguardemos, portanto, estudos mais aprofundados e investigações independentes que confirmem se Khirbet Qeiyafa é realmente tudo isso o que os arqueólogos israelenses estão afirmando que é.
O fato é que - a se confirmarem os achados referidos acima - o mês de julho de 2013 passará para a história como um dos mais férteis no campo da arqueologia bíblica.
Abaixo você pode ver fotos do local, bem como um vídeo da antiga cidade de Saraim.
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