Nessa quinta-feira, dia 5
de dezembro de 2013, o mundo recebeu com pesar o anúncio do falecimento
de Nelson Mandela, ex-presidente e líder histórico da luta contra a
segregação racial da África do Sul. Mandela morreu aos 95 anos em
Pretória, conforme anunciou o atual mandatário do país, Jacob Zuma, em
pronunciamento.
Cristão, Mandela entrou
para a história como defensor da liberdade e dos direitos dos
desfavorecidos, da igualdade de oportunidades e do fim de todas as
formas de opressão. Reconhecido mundialmente como um ícone por sua luta
contra o sistema opressor do Apartheid, o líder africano recebeu o
prêmio Nobel da Paz de 1993.
- Todos nós fomos feitos
para brilhar, como as crianças brilham. Nós nascemos para manifestar a
glória de Deus dentro de nós. Isso não ocorre somente em alguns de nós,
mas em todos – afirmou em certa ocasião.
História de Nelson Mandela
“Nós nos perguntamos: ‘Quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso?’ Na verdade, quem é você para não ser? Você é um filho de Deus!” – Nelson Mandela.
Rolihlahla Madiba
Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 em um vilarejo do bantustão na
província de Transkei, recebeu o nome Nelson aos 7 anos por professores,
seguindo uma tradição local de dar nomes cristãos às crianças, quando
se tornou o primeiro da família a ir para a escola. “Bantustão” era o
nome das prisões rurais destinadas aos não brancos pelo governo da
África do Sul durante o Apartheid, política racista praticada na África
do Sul desde o início do século passado e oficializada em 1948, após
eleições onde apenas brancos votaram.
Descendente de Thembu,
chefe de um clã dos Xhosas, um dos muitos povos locais da África do Sul,
Mandela teve sua educação permeada de formação cristã por influência de
sua mãe. Foi batizado na Igreja Metodista e, quando tinha apenas nove
anos, seu pai morreu. Adotado pelo chefe Jongintaba Dalindyebo, o
regente do povo Thembu, mudou-se para a capital de Thembuland onde ouviu
pela primeira vez falar de como África tinha vivido em paz relativa até
à chegada dos brancos.
No ano de 1939, Mandela
entrou para a University College de Fort Hare, de onde foi expulso
devido aos seus atos, considerados de insubordinação. Pouco depois
entrou para a Universidade de Witwatersrand para estudar direito e
envolveu-se ativamente no movimento antiapartheid inscrevendo-se no ANC
(Congresso Nacional Africano) em 1942.
Durante 20 anos liderou
uma campanha pacífica e não violenta contra o Governo e as suas
políticas racistas, até que em 1960 a morte de 69 pessoas pela polícia
durante uma manifestação o levou a optar pela guerrilha como forma de
defender sua causa. Por causa de seu ativismo, em 1963 foi levado ao
tribunal e condenado, com outras dez pessoas, à prisão perpétua por
ofensas políticas, incluindo sabotagem.
Porém, sua prisão deu
ainda mais força à luta antiapartheid e, durante os 27 anos que passou
encarcerado, ele se tornou símbolo dessa luta e continuou liderando os
grupos negros, mesmo estando preso. A partir de 1985, ele iniciou o
diálogo sobre sua libertação com o Partido Nacional, que exigia que ele
não voltasse à luta armada.
Quando foi libertado,
emergiu como cabeça do ANC, liderando a reconciliação com os seus
opressores de forma a conduzir o país pacificamente na sua transição
após a era de 46 anos de segregação.
Cristão Nelson Mandela?
Considerado um dos
maiores líderes políticos da história, Mandela chegou a ser considerado
por muitos como um verdadeiro “santo”. Porém, firmado em sua formação
cristã, ele mesmo se classificou como um pecador e afirmou: “Eu não sou
um santo. A não ser que você pense em um santo como um pecador que
continua tentando”.
Sobre sua luta, afirmou:
“Sonho com o dia em que todos se levantarão e compreenderão que foram
feitos para viverem como irmãos”. Em outro momento disse que “enquanto
permitimos que nossa luz brilhe, nós, inconscientemente, damos permissão
a outros para fazerem o mesmo.”
Em sua biografia fez
questão de ressaltar sua fé cristã. Quando mais novo estudou em uma
escola missionária da Igreja Metodista, onde foi batizado. Enquanto
esteve preso, o Concílio Metodista fez lobby para tentar sua soltura na
época.
Ig.com.br
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