“E, quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito” (I Sm 12.23)
I – O QUE É A INTERCESSÃO?
- Não existe uma melhor forma de se demonstrar o amor de Deus que está derramado em nossos corações do que através da intercessão.
- Quando intercedemos, oramos a Deus pelas pessoas que nos cercam, ou por aquelas que necessitam de ajuda, sem que necessariamente elas estejam dentro do nosso círculo de amizades ou convívio.
Definição:
- Intercessão significa “Súplica em favor de outrem” (Rm.8.26-27).
- Pressupõe sofrer com os que sofrem; chorar com os que choram; e tomar, como se fossem nossas, as dores alheias.
- É dizer a Deus que nos importamos com o sofrimento do próximo.
“Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram” (Rm 12.15).
1.1 – A importância da intercessão
1º. Tem o poder de aplacar a ira divina
– Ex 32.32 “Agora, pois, perdoa o seu pecado, senão, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito”;
2º. Tem o poder de mudar decisões divina
– Ex 33.15 “Então lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco, não nos faça subir daqui”;
3º. Tem o poder de evitar juízos divinos
– Is 38.5 “Vai, e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos”.
1.2 – O que não é intercessão.
=> Oração comum: Toda intercessão é realizada através da oração, porém nem toda oração é uma intercessão.
=> Dom: Intercessão não é um dom ministerial, ou uma aptidão específica, destinada exclusivamente a um grupo seleto de pessoas.
1.3 – Formas de intercessão.
1º. Súplica: Oração que, tem como essência, a humildade de espírito, a fim de mover o coração de Deus em favor daqueles que padecem (Dn. 9.18);
2º. Rogo: Pleitear, pedir com urgência, persuadir (Lc.22.32);
3º. Petição: Ato de pedir, pedido intenso, solicitação, requisição (I Sm.1.17,27).
II – JEREMIAS INTERCEDE POR JUDÁ
1º. O estado em que se encontrava a nação de Judá era triste. Os males causados pelo terrível rei Manassés ainda estavam vivos (Jr.15.4);
2º. Mesmo diante da ousada tentativa do rei Josafá, que partiu em busca da restauração espiritual da nação. Nota-se, porém, que o povo havia tomado gosto pelo pecado (Jr.14.10);
3º. Como se não bastasse, tinham se levantado falsos profetas que com suas mensagens fraudulentas enganavam o coração do povo levando-os cada vez mais, para longe de Deus (Jr.14.13-14).
4º. Diante desse caos que surge o profeta Jeremias, disposto a gastar todas as energias possíveis e imagináveis em busca do quebrantamento divino em favor de Judá.
2.1 - Os motivos de Jeremias.
- O profeta acabara de receber uma terrível notícia da parte de Deus. O Todo Poderoso estava resoluto em julgar com braço forte a nação de Judá (Jr.14.10; 15.3).
2.2 - Os argumentos de Jeremias.
1º. Confissão de pecados (tidos como a causa da calamidade).
- Há um reconhecimento do erro do povo por parte do profeta que suplica misericórdia ao Senhor (Jr.14.7; 14.20).
2º. O pacto firmado com Abraão e Moisés.
- Jeremias se lembra da aliança entre Deus e os patriarcas (Jr.14.21). Ele estava tentando fazer com que Deus os ajudasse por auto-interesse, isto é, por causa do seu nome.
“Por que serias como homem surpreendido, como poderoso que não pode livrar? Mas tu estás no meio de nós, ó Senhor, e nós somos chamados pelo teu nome; não nos desampares” (Jr.14.9).
- Sabemos que essa idéia é frágil, tendo em vista que não era Deus que estava pronto a romper sua aliança com a nação de Judá. Essa aliança tinha sido despedaçada pela própria nação, quanto a prática de sua idolatria, adultério e apostasia.
2.3 – A necessidade da intercessão
1º. Temos o dever de orar pedindo paz
– Sl 122.6 “Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam”;
2º. Temos o dever de orar uns pelos outros
– Tg 5.16 “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”;
3º. Temos o dever de orar em todo tempo
– Ef 6.18 “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos”.
III – POR QUE DEVEMOS INTERCEDER
- O caso do profeta Jeremias é específico, e de forma alguma Deus deseja que deixemos de orar uns pelos outros.
- Deus ainda procura pessoas como Jeremias, dispostas a falar sua palavra e orar por aqueles que necessitam. Contudo entendemos que devemos sempre interceder pelos mais diversos motivos.
Vejamos alguns:
1º. É a melhor forma de praticarmos o amor altruísta.
“Todavia peço-te antes por amor, sendo eu tal como sou – Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo. Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões; O qual noutro tempo te foi inútil, mas agora a ti e a mim muito útil; eu to tornei a enviar. E tu torna a recebê-lo como às minhas entranhas” (Fl.9-12);
2º. É nossa responsabilidade.
- No tocante a sua obra, Deus é o maior interessado no seu desenvolvimento, mas mesmo assim, o Senhor participa com sua igreja essa responsabilidade.
“Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara” (Mt.9.37-38);
3º. Tem o poder de vencer o inimigo
– Ex 17.11 “E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia”;
4º. Tem o poder de trazer livramentos
– At 12.5 “Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus”;
5º. Tem o poder de enfrentar desafios
– I Rs 18.36 “Sucedeu que, no momento de ser oferecido o sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou, e disse: Ó Senhor deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme à tua palavra fiz todas estas coisas”.
Algumas recomendações bíblicas sobre a oração intercessória dos cristãos (CHAMPLIN, 2001, p. 249, v. 3):
- A oração intercessória nos é ordenada (I Tm 2.1; Tg 5.14, 16)
Devemos interceder em favor de todos os homens (I Tm 2.1):
+ Por todos quantos ocupam posição de autoridade (I Tm 2.2)
+ Pelos ministros (pastores) (II Co 1.11; Fl 1.29)
+ Por todos os santos (Éf 6.18)
+ Pelos patrões (Gn 24.12-14)
+ Pelos servos (Lc 7.2,3)
+ Pelas crianças (Mt 15.22)
+ Pelos compatriotas (Rm 10.1)
+ Pelos enfermos (Tg 5.14)
+ Pelos que nos perseguem (Mt 5.44)
+ Pelos nossos inimigos (Jr 29.7)
+ Pelos que nos invejam (Nm 12.13)
+ Por aqueles que nos abandonam (II Tm 4.16)
+ Os ministros (pastores) devem orar pelos membros (Ef 1.16; Fl 1.4)
- É um pecado neglicenciarmos a oração intercessória (I Sm 12.23)
- A oração intercessória beneficia o próprio intercessor (Jó 42.10)
Lembre-se: “E, quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito” (I Sm 12.23)
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