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SALMOS 37.5

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Uma Rapida Descricao Dos Galileus

Autor: Louis-Claude Fillion
Postado em: 25/09/2012





















Em nossa descrição geral da Palestina, temos apontado o aspecto singular, mais claro, mais gracioso, mais variado e mais desigual que a Galiléia apresenta exteriormente. O Hermom e os montes ao seu redor, o Tabor, as colinas de Gilboa, as planícies de Esdrelom, o lago de Tiberíades e suas proximidades, a montanha de Safade não são seus menores ornamentos. Sua fertilidade era extraordinária. Josefo e o Talmude estavam em concordância ao elogiá-la. Diz o Talmude: “É mais fácil criar um bosque de oliveiras na Galiléia do que criar um menino na Judéia”. Mas a vide era ali pouco abundante; contudo, em contrapartida, o azeite fluía aos borbotões. 

Com o linho que se cultivava em grande escala, os moradores preparavam um tecido, e com este faziam vestidos muito finos. A Judéia era densamente povoada. Josefo, exagerando talvez à maneira dos rabinos, afirma que a menor cidade da Galiléia tinha quinze mil habitantes. O mesmo autor, em vários lugares de suas obras, traça um retrato dos galileus que parece fiel, pois foi confirmado por outros escritores contemporâneos. Disse Josefo que eles eram muito laboriosos, ousados, corajosos, impulsivos e fáceis de irar-se. Ardentes patriotas, os galileus suportavam, a contragosto, o jugo romano e estavam mais dispostos aos tumultos e sedições do que os judeus de outras províncias. Duas passagens do Novo Testamento confirmam este último traço (Lc 13.2; At 5.37). O Talmude acrescenta que os galileus davam mais importância à honra do que ao dinheiro.

A Galiléia dos gentios
Embora a população fosse judaica em sua maior parte, porém, devido à localização da província, aberta ao norte e vizinha da Fenícia e Síria, essa população vivia inevitavelmente em contato com os pagãos dos arredores, alguns dos quais chegaram a estabelecer-se em seus territórios. Por esse motivo, já na época de Isaías, usava-se a expressão Galiléia dos gentios (Is 9.1), que Mateus chama de Galiléia das nações (Mt 4.15). Essa convivência havia forçosamente influenciado o espírito dos galileus, motivando certo relaxamento, senão propriamente no fervor religioso, que era digno de elogio, ao menos no respeito às tradições farisaicas, que os galileus encaravam com certa liberdade. 

Daí o motivo de seus irmãos da Judéia os tratarem com desdém. Certa vez, os doutores de Jerusalém disseram a Nicodemos: És tu também da Galiléia? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu (Jo 7.52). O Talmude também está cheio de referências desdenhosas sobre as províncias do Norte. Os rabinos observavam que os galileus não mostravam grande esforço por adquirir a ciência dos costumes tradicionais e que sua região só tinha dado ao judaísmo um pequeno número de doutores da lei.

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