Que eu seja uma
voz de esperança, em vez de medo
Que eu possa
vestir a roupa da verdade, em vez de um disfarce
Que eu saiba dar
a outra face, em vez de mostrar os dentes
Que eu entenda um
pouco de arte, em vez de amordaçá-la
Que eu tenha o dom de escutar mais, em vez de tentar calar
Que eu possa
reconhecer outras belezas, em vez do meu próprio espelho
Que eu consiga
ser menos ranzinza, em vez de brigar com o mundo
Que eu creia mais
em Deus, em vez de despejá-lo à toa pelos lábios
Que eu seja capaz de ajudar a subir, em vez de chutar para cair
Que eu guarde
minha boca do mal, em vez de jorrá-lo como ouro pela saliva
Que eu seja
pacífico, em vez de estimular a vingança e a violência
Que eu ame sem
salário, em vez de impor o valor da recompensa
Que eu pare de reclamar da sorte, em vez de birrar como criança mimada
Que eu esqueça
dos pecados passados, em vez de trazê-los da tumba
Que eu ore e
agradeça por tudo, em vez de pensar só no que me falta
Que eu abrace com
braços de afago, em vez de dar abraços gelados
Que eu tenha a ignorância de uma criança, em vez da sabedoria maligna de adulto
Que eu louve e
cante para um Deus real, em vez de um deus efêmero
Que eu limpe meu
coração dos rancores, em vez de regá-los com água do ódio
Que eu chore nos colos
do Pai, em vez de engolir pílulas de depressão
Que eu sirva com boa vontade, em vez de cobrar qualquer palavra dita
Que eu me desvie
das sombras estranhas da noite, em vez de namorá-las
Enfim, que um dia
possa eu, em minhas quimeras
Chegar a um mínimo
de minha humilde oração, quem dera!
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