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quinta-feira, 7 de junho de 2018

Grupos religiosos precisam dialogar, diz doutor em antropologia da religião

 
Vereador Elias Ishy e o doutor em antropologia da religião, Felipe Kayodé, durante visita ao Dourados Agora
Foto: Ariadne BiachiVereador Elias Ishy e o doutor em antropologia da religião, Felipe Kayodé, durante visita ao Dourados Agora
Foto: Ariadne Biachi


O pluralismo da religião tem feito parte cada vez mais do atual cenário e embora exista uma presença crescente da diversidade religiosa, colocar todos à mesa para discussão não é uma tarefa fácil. Mas as poucos essa realidade vem sendo mudada. Um exemplo é a audiência pública "Diálogo e Pluralidades: desafios frente à intolerância religiosa".
De proposição do vereador Elias Ishy, o evento será realizado a partir das 19h desta quinta-feira (07) na Câmara Municipal e contará com a participação de representantes de diferentes religiões, cristãs e não cristãs, bem como ateus e agnósticos.
O doutor em antropologia da religião, Felipe Kayodé, de Salvador (BA), onde foi aberto um Fórum de combate ao preconceito religioso, ministrará palestra. Pesquisador independente e experiente na área e psicanalista nos estudos pós-coloniais e interseccionais, como religião, espiritualidade, violência, traumas, raça e subjetividades, ele acredita que o evento em Dourados é o primeiro passo para cada vez mais ampliar o diálogo entre religiões na cidade.
"O objetivo é que cada grupo entenda outros grupos e que dentro do Estado laico que vivemos possam coexistir pacificamente e dialogar entre si. As religiões se complementam, sendo assim, é preciso que todos se sentem para dialogar, valorizar e distinguir as diferenças", mencionou o pesquisador durante visita ao Dourados Agora.
As religiões de matriz africana são as que mais sofrem e são perseguidas no País, fruto de um racismo cultural existente e que se perpetua ao longo do tempo. Isso é fruto da intolerância religiosa, que segundo Felipe Kayodé, é a falta da capacidade de saber e aceitar que outras pessoas possam ter filosofia religiosa diferente. E que isso só pode ser combatido a partir do momento que religiosos e fiéis/seguidores estejam dispostos a dialogar.
No entanto, isso não tem sido uma tarefa fácil, principalmente de religiões cristãs. No catolicismo, de acordo com o pesquisador, há duas identidades - a aberta e a conservadora. A primeira, adepta a teologia da libertação é disposta ao diálogo, diferente da conservadora, com resistência por conta da exclusividade da fé cristã.
Isso também acontece, conforme o pesquisador em assuntos religiosos, nas demais religiões cristãs, a exemplo das denominadas evangélicas. Mas para que haja uma mudança, avalia Felipe Kayodé, é preciso que os líderes religiosos estejam dispostos, começando pelo diálogo.
Um dos grandes dilemas na religião, analisa o pesquisador, é a segregação que alto define o indivíduo que pertence a uma determinada religião, de forma que, a partir do momento que ele conheça ou frequente outra religião, passe a ser visto de forma preconceituosa.
Em Dourados, apesar de não se ter notícias sobre algum tipo de violência religiosa, muito comum principalmente em cidades grandes, o falta de conhecimento e de informação sobre religiões torna-se o assunto velado, um verdadeiro tabu.
O vereador Elias Ishy quer ampliar o debate sobre religiões. Católico, ele reconhece a presença da intolerância religiosa nos mais diferentes segmentos, devido à falta de consciência, de respeito. A ideia é a de que a partir da audiência possa a constituir grupos e debates com capacidade de cada vez mais discutir sobre a tolerância e intolerância religiosa.

https://www.douradosagora.com.br/noticias/dourados/grupos-religiosos-precisam-dialogar-diz-doutor-em-antropologia-da-religiao

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