Papel de parede volta de Jesus
"ENTREGA TEU CAMINHO AO SENHOR, CONFIA NELE E O MAIS ELE FARA".
SALMOS 37.5

domingo, 28 de junho de 2015

A influência da pós-modernidade na Igreja Evangélica

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"metamorfose ambulante"
AUTOR:  JOÃO CRUZUÉ
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Este post foi inspirado pelo sermão do pastor Américo, pregado no dia 21 de 
junho 2015. Vou desenvolver o assunto a (má) influência do
 pós-modernismo na Igreja Evangélica de nossa época a partir dos 
três aspectos citados pelo pastor: Pluralismo (de verdades) 
Relativismo (tanto faz) e Antropocentrismo (teologia da prosperidade). 
Vou utilizar alguns conceitos simples de uma fonte de pesquisa não
 científica - a Wikipedia) e para torná-lo um pouco mais denso, vou buscar
 fontes científicas no portal da Social Science Research Network 
(SSRN),  minha fonte internacional de artigos científicos para pesquisa. 
 De forma bem simples: vou escrever sobre a influência negativa da
 cultura e dos valores mundanos dentro da nossa Igreja Evangélica.

Podemos começar falando sobre o Iluminismo. Segundo Immanuel Kant, 

"O iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes
mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de
 fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se
culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do
entendimento, mas da falta de resolução [atitude] e coragem para se
zer uso da tua própria razão! - esse é o lema do iluminismo."

O iluminismo é uma atitude geral de pensamento e de ação. Os iluministas
 admitiam que os seres humanos têm condições de tornar este mundo um lugar 
melhor. O que pode ser feito pela introspecção, livre arbítrio, espírito voluntário
 e engajamento político-social. Isto pode ser exemplificado da seguinte forma: 
de acordo com a pesquisa de SOARES, Evanna  (2011):

"O iluminismo forneceu inspiração teórica para a condenação da escravidão adotada pelo
 antigo regime, mas não se mostrou forte o suficiente no Brasil para apressar o fim da
exploração da mão de obra servil. Os ideais de igualdade e liberdade que ecoaram da
Revolução Francesa penetraram na intelectualidade brasileira de forma lenta e com
 pouca intensidade, a ponto de tolerar a ambiguidade de apregoar o discurso liberal,
mas praticar e apoiar-se no trabalho escravo."

Isto quer dizer que na Europa, de Spinoza, Locke e
 Isaac Newton e, depois, Diderot, Voltaire 
e Motesquieu o Iluminismo trouxe um pensamento
 novo para a sociedade. No que tange à escravidão, foi 
através da força dele que os grilhões foram quebrados.
 Pessoas lutando para fazer do mundo um lugar melhor 
para se viver.

Depois do Iluminismo veio o Positivismo.

Positivismo parte do princípio de que o conhecimento científico é a
 única forma de conhecimento verdadeiro. O culto à ciência, desconsideram-se 
todas as outras formas do conhecimento humano que não possam ser
 comprovadas cientificamente. O que não puder ser provado pelo 
método científico é considerado crendice e vãs superstições, área de 
domínio teológico-metafísico.

Para os positivistas, o progresso da humanidade
 depende única e exclusivamente dos avanços a 
ciência, o único caminho capaz de transformar a
 sociedade e o planeta Terra no paraíso que as 
gerações anteriores pensavam existir na vida depois 
da morte.

 No meu sentir, a pá de cal sobre o positivismo veio recentemente no projeto 
de sequenciamento do do DNA humano, através do Projeto Genoma. Explicando: 
o que era para ser o eureka do código de um ser humano acabou trazendo o 
conhecimento de mais dúvidas. A frustração da sociedade veio da convicção de 
que a Ciência, a partir do final do século XX não tem as repostas para todas as
 perguntas. Se no período do obscurantismo o conhecimento científico foi
 censurado, tolhido e ameaçado pela religião católica, agora, tendo conquistado
 sua liberdade, a Ciência percebeu que é ignorante em muitas áreas, 
principalmente na Biologia de na Medicina. Assim, o deus-ciência 
perdeu um pouco da sua arrogância.

O pós-modernismo trouxe a ideia de um pluralismo de verdades. Já no 
capítulo 18, v.38 do Evangelho segundo São João, Pilatos desdenha da 
resposta de Jesus, respondendo: "O que é a verdade?" e nem esperou pela
 resposta. Jesus tinha dito: "Todo aquele que é da verdade, ouve a minha voz". 
Ao considerar a existência de múltiplas verdades, a verdade primeira foi
 relativizada pelo pensamento pós-modernista. E o que é a verdade absoluta: 
Está em João 14.6 : "Disse Jesus: Eu sou o caminho, a VERDADE e a vida. 
Ninguém vem ao Pai senão por mim". Ou seja, o único Deus existe, e
 para haver uma reconciliação individual com Ele, o caminho é Jesus, e o 
como fazer é ouvir o que diz a Palavra de Deus.

O que há por trás desta ideia falsa de pluralismo de verdades? Meu 
sentir é que o pós-modernismo quer dizer isto: Todos os deuses de 
qualquer religião são caminhos possíveis e verdades relativas para o homem. 
Dessa forma, fica excluída a existência de um Deus único.

Quanto à relatividade, conta-se que Einstein certa vez procurou explicar a
 Lei da Relatividade mais ou menos da seguinte forma: Fique uma hora com 
a pessoa amada e vai parecer que ficou só um minuto; coloque a mão no fogo
 por um minuto e vai parecer que ela ficou uma eternidade. O pensamento da
 relatividade das coisas vai de encontro ao princípio mais elementar defendido
 sem concessões pelos Apóstolos Paulo, Pedro e João.

Estamos falando do erro doutrinário. O combate às novidades heréticas 
que tentavam desconstruir a fé dos novos convertidos era a segunda prioridade
 de Paulo. A primeira era pregar o Evangelho e a segunda, a defesa da fé.
 Os três apóstolos sabiam que o fermento, mesmo em pequena quantidade, 
com o tempo iria apodrecer toda a massa. Quando a Igreja da nossa época
 permite a pregação de várias heresias em seus púlpitos, por exemplo, 
o uso da teologia da "prosperidade", ou seja, aquela palavra que dá comichão
 nos ouvidos dos crentes, está implicitamente considerando que o Evangelho
 é uma verdade relativa ou uma pluralidade de verdades. Desta forma, 
a vontade de Deus é encoberta aos olhos e ouvidos dos fiéis. 

Depois do pluralismo, do relativismo, a terceira onde de ataque à Igreja
 Evangélica é feita pelo antropocentrismo. Uma igreja-de-faz-de-contas 
para uma congregação inclinada a ouvir aquilo que lhe agrada aos 
ouvidos. Isto é o que a teologia da prosperidade faz: a relativização 
do Evangelho. Um evangelho falsificado que produz um pseudo-crente que 
não tem nem mesmo certeza da salvação, mas, que por outro lado, 
economicamente é um grande negócio. A mensagem da prosperidade 
coloca no centro as necessidades do homem e o Evangelho cede lugar aos
 textos e personagens do Velho Testamento. A palavra mais citada é "vitória".

Por trás deste evangelho da prosperidade há um jesus cristo falso, um gênio, 
que ao esfregar da lâmpada, está pronto para atender aos desejos de carros, 
casas, negócios e empresas.

O pluralismo, o relativismo e o antropocentrismo são as cunhas do 
pós-modernismo para rachar a comunhão da Igreja com o Cristo. 
Estas três armas trabalham como a ação de um veneno, lenta e
 gradualmente, causando a inversão de valores morais.

Nicodemos foi de noite até Jesus e, surpreso, perguntou: Como pode o 
homem nascer de novo, sendo já velho? Ou como pode tornar ao ventre da 
sua mãe, para tornar a nascer? Nicodemos fazia parte do Sinédrio, o Conselho
 político-religioso da sua época. Ele estava tão associado a pessoas ímpias e
 incrédulas que não tinha a menor noção do que seja a regeneração, 
a obra do Espírito Santo feita no coração de quem aceita o senhorio de Cristo.

Em Mateus 7.14 está escrito: E porque estreita é a porta, e apertado o caminho
 que leva à vida, e poucos há que a encontrem. A porta é Jesus. A porta 
estreita é o novo nascimento, a regeneração. O caminho para a salvação é
 Jesus. O caminho apertado é a santificação. Sem regeneração e sem
 santificação ninguém receberá a vida eterna. Uma pessoa regenerada não 
estará pensando em carros e mansões, mas em aprender a palavra para conhecer 
o propósito de Deus para sua existência. Uma pessoa que procura andar no
 caminho da santificação (jejum, oração, sinceridade, retidão e distância do mal)
 procura chegar mais perto do Senhor Jesus, a fim de prestar um serviço 
perfeito na obra de Deus.

Quando as portas da Igreja se abrem para a cultura do pós-modernismo, a 
regeneração é  algo incompreensível, o caminho estreito é substituído 
por um atalho "intermediário" e os costumes dos adolescentes e jovens da 
Igreja passam a incorporar, naturalmente, a forma mundana de namoro. 
O prazer vai na frente e a santificação na berlinda. Os pastores não se
 importam em combater os evangelhos falsos, passando até a pagar 
altas quantias para ter os maiores pregadores de prosperidade nos eventos
 principais da Igreja. 

Sem sal e sem luz, a sociedade ficará exposta aos ventos da pós-modernidade 
que a cada estação trazem novidades chocantes. Por exemplo, hoje, a 
consagração mundial do casamento homossexual. Amanhã, conforme 
previsto no livro "Os quarenta anos finais da terra" o casamento entre
 pais e filhos. O que de  mais podre houver no coração do diabo, é isto
 que ele vai revelar às mentes desviadas.

Que Deus tenha misericórdia de nós.

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